65 | I Série - Número: 088 | 29 de Maio de 2008
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, tem mesmo de concluir.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — … é o facto de o Sr. Ministro, no mínimo, não fazer como um célebre Presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, que um dia disse: «Esqueçam tudo o que eu escrevi». E começa uma vida nova.
Ora, isso é o que o Sr. Ministro não quer fazer, mas é isso que os trabalhadores vão dizer, porque foi exactamente o que fez!
Aplausos do BE.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jorge Strecht (PS): — Peço a palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Jorge Strecht (PS): — Para defesa da honra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para defesa da honra da bancada?
Protestos do PCP, do BE e de Os Verdes.
O Sr. Jorge Strecht (PS): — Como fazem muito barulho, tenho de aumentar os decibéis; se fossem civilizados, os decibéis era menos! Como não são…
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, ainda não lhe dei a palavra. Espere só um momento.
O Sr. Jorge Strecht (PS): — Está a perguntar-me porque é que pedi a palavra, Sr. Presidente?
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, já percebi por que razão quer usar da palavra, apenas estou à espera que se criem condições na Câmara para que o Sr. Deputado possa intervir.
O Sr. Jorge Strecht (PS): — Muito obrigado.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para defesa da honra da bancada, tem a palavra, Sr. Deputado.
Dispõe de 2 minutos para o efeito.
O Sr. Jorge Strecht (PS): — Sr. Presidente, se os Srs. Deputados não fizerem muito barulho, os decibéis serão suaves, agradáveis; se fizerem muito barulho, tenho de me sobrepor à vossa barulheira. Não há nada a fazer! O Sr. Deputado Luís Fazenda ou está a ouvir mal — e é possível — ou não é intelectualmente sério — o que também é possível.
Vou, então, repor a verdade: o que eu disse, e mantenho, é que esperava ouvir da parte das bancadas à minha direita a proibição — estou a falar em termos especulativos, conceptuais, claro! — das horas extraordinárias. O que acho notável é que digam que um salário se reduz quando há menos horas extraordinárias. Pois claro! As horas extraordinárias, que eu saiba, são um crédito concedido às entidades patronais para reivindicarem trabalho para lá do horário de trabalho e, portanto, era expectável que defendessem os trabalhadores, dizendo: não há lugar ao crédito patronal, ao crédito…
Protestos do PCP, do BE e de Os Verdes.
Vejam lá se mantêm a calma para eu não ter de subir a voz!