67 | I Série - Número: 092 | 6 de Junho de 2008
Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, a grande questão a colocar é simples: o País está melhor? A resposta passa por um rotundo «não!».
Quem se der ao trabalho de ler o Programa do XVII Governo Constitucional, poderá notar objectivos essenciais, como: «(…) aposta na recuperação da confiança para lançar uma dinâmica de crescimento da economia» mas também «combater o desemprego e reduzir as desigualdades sociais».
Não contente com estes fins, o Governo anunciou que «a agenda económica tem como objectivo aumentar o crescimento da nossa economia para 3%, durante esta Legislatura».
Reforça, aliás, que «recuperar a confiança exige igualmente apresentar soluções e não passar o tempo a…» — veja-se lá! — «… criticar os governos anteriores».
Aplausos do CDS-PP.
Bem se pode dizer que o Governo do Partido Socialista se adaptou a uma forma simples: «Olha para o que eu escrevo, não olhes para o que eu faço!».
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Após esta leitura, fica bem claro que o Partido Socialista não se pode orgulhar do seu passado, paralisa com o presente e angustia-se com o futuro.
Convém, aliás, observar a actual situação do País.
Primeiro, o crescimento económico que deveria ser de 3% — acho que já nem sequer o Ministro Manuel Pinho acredita nisso — foi no último trimestre de —0,2%.
Segundo, a inflação aumenta e, para os bens de primeira necessidade, encontra-se bem acima dos 10%, o que torna para muitas pessoas o fim do mês um verdadeiro drama.
Aplausos do CDS-PP.
Terceiro, as empresas têm dificuldade na obtenção de financiamento, sofrem com as taxas de juro e com os combustíveis mais caros, pelo que adiam as suas opções de investimento.
Quarto, o desemprego não só aumentou como se assiste hoje a uma preocupante situação de desemprego estrutural.
Quinto, a educação sofre de um claro problema de qualidade, que não se resolve com estatísticas ou ataques aos professores.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Sexto, na saúde não se resolve o problema fundamental da espera, porque não é retirando da estatística aqueles que recusam um vale de cirurgia para um hospital que está a 300 km de sua casa que se está a resolver o problema, Sr. Primeiro-Ministro!!...
Aplausos do CDS-PP.
Sétimo, a insegurança aumenta.
Oitavo, a confiança dos consumidores regrediu a dados de 2003.
Nono, a energia não tem neste momento um mercado verdadeiramente concorrencial.
Em suma, o Governo do PS adapta ou baralha, parte e dá, para uma espécie de promete, anuncia e não avança, pois regride. É por esta razão que os portugueses já não acreditam num Governo que censuram.
Os portugueses não acreditam num Ministro da Economia que decreta o fim da crise, num Ministro das Obras Públicas que diz «jamais» a Alcochete e que constrói um aeroporto em Alcochete, num Ministro da Agricultura que diz que não há problemas com os cereais em Portugal.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!