14 | I Série - Número: 095 | 13 de Junho de 2008
O Sr. Mota Amaral (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, nestas questões de apreciação da posição do Governo, como sabe, cada um nós tem de «ficar na sua»… Mantenho, portanto, as observações que fiz, sem prejuízo de ter ouvido com interesse a sua exposição! Tenho várias perguntas a fazer-lhe no âmbito europeu e a primeira delas é sobre a data de hoje, que é tão assinalada com o referendo na Irlanda. Gostava de obter uma resposta curta, porque tenho uma outra pergunta muito importante para lhe fazer, também curta.
A sua consciência está tranquila, Sr. Primeiro-Ministro? Tomou alguma iniciativa para apelar aos cidadãos irlandeses que votassem a favor, como nós todos desejamos que aconteça? Não invocou a sua autoridade de quem recentemente terminou o mandato de presidente do Conselho Europeu, de líder europeu? Fechar-se na «concha» das comunidades nacionais não é uma visão provinciana nesta fase em que estamos todos envolvidos num processo europeu? Não fez como Sarkozy, ou como Juncker ou como Durão Barroso que apelaram ao «sim» nas eleições da Irlanda? Gostava de ouvir a sua resposta sobre essa matéria, Sr. Primeiro-Ministro.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Mota Amaral, respondo muito brevemente. Não tenho pensado noutra coisa nestes últimos dias.
Risos do PSD.
Sr. Deputado, o Tratado de Lisboa é absolutamente fundamental para o Governo, é fundamental na minha carreira política! Como é que pode ter ocorrido ao Sr. Deputado que a questão do referendo na Irlanda me era indiferente? Pelo contrário, fiz tudo o que estava ao meu alcance para que o resultado hoje, na Irlanda, seja positivo e de acordo com a vontade dos dirigentes irlandeses que melhor sabem fazer campanha a favor do «sim»!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Mota Amaral, tem a palavra.
O Sr. Mota Amaral (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, possivelmente as suas diligências passaram-se no segredo, pois não tivemos conhecimento delas.
De qualquer modo, estou em perfeita sintonia com V. Ex.ª quando faço também, em meu nome pessoal e em nome do PSD, votos firmes e sinceros para que haja um resultado positivo e que com o voto da Irlanda a Europa possa dar passos importantes para a frente.
Acerca disto, como sabe o Sr. Primeiro-Ministro muito bem, estão já em curso as campanhas eleitorais internas, e há candidatos a serem apoiados para os novos e os antigos cargos da União. Sobre isto gostaria de ouvi-lo.
Mas tenho outro assunto mais urgente — o seu tempo é muito curto, por isso tenho que dedicar-me a ele.
O Sr. Primeiro-Ministro está certamente ao corrente do incidente ocorrido há bem poucos dias no Afeganistão com um destacamento das nossas Forças Armadas.
Pode garantir ao Parlamento que estes soldados que atravessaram 600 km, desde o sul de Kandahar até Cabul, viajando durante a noite, estavam devidamente equipados para enfrentar um ataque terrorista, uma emboscada, como aquela que enfrentaram? Tinham viaturas blindadas, com as devidas condições, ou temos apenas de regozijar-nos com o facto de quem os atacou ter má pontaria, para não estarmos hoje, aqui, a