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12 | I Série - Número: 095 | 13 de Junho de 2008

… porque entendo que o estilo que o Sr. Deputado aqui usou contribui para a elevação do debate democrático e honra o Parlamento.

Aplausos do PS.

O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — Nós fizemos a nossa parte, agora, façam os senhores a vossa!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas quem sou eu para opinar sobre questões internas do PSD?!...
Quero, no entanto, sublinhar, Sr. Deputado, a grandeza que teve quando deu conta à Câmara de que o Governo escolheu este tema antes de o problema estar resolvido e sem saber qual seria o seu desfecho, porque, de uma forma ou de outra, qualquer que fosse o cenário, haveria algo a dizer ao Parlamento. Foi por isso que escolhemos este tema. É porque vejo, agora, muitos a falar mas que, antes, não falavam!… Isto, aliás, faz-me lembrar um dito famoso que já vi atribuído a um Presidente dos Estados Unidos da América, segundo o qual, «quando está muito calor, não nos devemos chegar à cozinha». Agora, vejo muitos a chegarem-se à cozinha, apenas porque já não está calor…

Risos do PS.

Vejo muitos a fazerem isso! Mas, Sr. Deputado, também vejo que um partido responsável, como diz, não devia fazer declarações para condicionar ou diminuir a margem de manobra do Governo. E lamento desapontá-lo, Sr. Deputado, mas este não foi o comportamento do PSD. O PSD fez, aliás, uma declaração muito curiosa, salvo erro, na terça-feira.
Em nome do PSD, o Deputado Jorge Costa disse: «faço um apelo ao Governo para que não seja tão arrogante, tão sobranceiro, e que seja sensível às dificuldades do sector»,…

O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Muito bem! Bom apelo!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … para, depois, hoje, vir dizer que «o Governo deve exercer a autoridade do Estado e não deve permitir qualquer limitação das liberdades dos outros».
O Sr. Deputado Mota Amaral chamou a atenção para um ponto que me parece fazer todo o sentido discutir.
Disse o Sr. Deputado: «governar é prever». Sim! A política vive da antecipação. Mas, Sr. Deputado, mal vão aqueles que pensam que tudo podem prever, porque esses são os mais ingénuos. É impossível prever tudo o que irá acontecer! Seria impossível prever, há uns meses atrás, que estaríamos hoje na situação de ter o petróleo ao preço de 134 dólares,…

A Sr.ª Rosa Maria Albernaz (PS): — Claro!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … e, salvo erro, é o preço de hoje mas já esteve a 139 dólares. Isto já não seria previsão, Sr. Deputado, seria bruxaria!

Risos do PS.

Mas, quanto a previsões, Sr. Deputado, também lhe digo o seguinte: o Governo, consciente do impacto que o preço do petróleo tem neste sector, desenvolveu, de imediato, negociações e esteve, já na semana anterior, com a ANTRAM, que, segundo o Governo pensava, teria representatividade no sector. Afinal de contas, como sabe, toda esta crise se desenvolveu também porque houve uma crise de representação no sector.

A Sr.ª Isabel Jorge (PS): — Claro!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Por isso, Sr. Deputado Mota Amaral, não o acompanho nessa crítica que me faz, de ausência de previsão, porque aqueles que pensam que tudo podem prever, Srs. Deputados, são os mais calculistas e os mais ingénuos.