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18 | I Série - Número: 095 | 13 de Junho de 2008

E diz o Sr. Deputado: «o Governo não o adivinhou, o Governo não o previu»! Então, a Espanha também não previu, a França não previu, a Grécia não previu quando coisas semelhantes aconteceram! Quer dizer, o mundo não previu que o petróleo iria custar 139 dólares. O único que previu foi o Sr. Deputado Paulo Portas,…

Risos do PS.

… que vê longe, e recorrendo a artes que, confesso, um mortal político não tem.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, má forma: uh!…

Protestos do PS.

O Sr. Primeiro-Ministro, à falta de pensamento próprio, agora dedica-se a imaginar o pensamento dos outros.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — O que o Sr. Primeiro-Ministro não consegue entender é que desproporcional é impedir a circulação das pessoas;…

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — … desproporcional é impedir a circulação e a distribuição dos bens; desproporcional é atirar os cidadãos para comportamentos de quem quer defender-se de uma crise maior; desproporcional foi aquilo que aconteceu enquanto, curiosamente, o Sr. Ministro da Administração Interna não estava em Portugal.
Diga-me, Sr. Primeiro-Ministro se acha, perante a crise de ordem pública que o País teve, que o Sr.
Ministro da Administração Interna fez bem em manter-se fora de Portugal.

Aplausos do CDS-PP.

Vozes do PS: — Uma vergonha!

O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Portas, a propósito de proporcionalidade, verdadeira desproporção é mandar um barco de guerra para intimidar e limitar uma manifestação que ocorria num barco que apenas fazia campanha pelo aborto.

Aplausos do PS.

Sr. Deputado, o uso da força é aquilo que distingue um homem de Estado. Ele deve saber exactamente quando a deve usar e não deve fazê-lo nem antes nem depois do momento certo. Nós soubemos exactamente o que fazer, mas no momento certo. E tenho a certeza de que o resultado que obtivemos é a melhor homenagem que se pode fazer ao pragmatismo, isto é, à política que vive dos resultados.
O que queríamos não era fazer qualquer encenação nem afirmar qualquer princípio ideológico, o que queríamos era resolver um problema e resolvê-lo a benefício das pessoas,…