O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

17 | I Série - Número: 099 | 27 de Junho de 2008


O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — O exemplar do socialista contentinho com a situação! É uma vergonha!

O Sr. Presidente: — Há três Srs. Deputados inscritos para pedirem esclarecimentos, sendo que o primeiro é o Sr. Deputado Diogo Feio, a quem dou a palavra.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Afonso Candal, deixe-me começar por lhe dizer que a sua intervenção teve várias fases.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exactamente!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Pode dizer-se que teve uma fase «Augusto Santos Silva», de mera crítica às propostas que o Partido Comunista Português aqui apresentou. Teve uma fase «Jaime Silva», quando veio falar com uma determinada linguagem. Teve até uma fase mais eufórica «Manuel Pinho». E depois teve uma fase sua, Sr. Deputado, que foi quando nos disse esta frase espantosa: «Não há perda do poder de compra para os pensionistas!».

Vozes do CDS-PP: — Exactamente!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Eu até vou repetir: «Não há perda do poder de compra para os pensionistas!», disse V. Ex.ª

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — A primeira pergunta que quero colocar-lhe é muito simples: ó Sr. Deputado, em que país é que vive?! Passa por cá de vez em quando, é?! Não tem, por exemplo, a noção de que a inflação dos preços dos bens essenciais — que são aqueles que são consumidos fundamentalmente pelos pensionistas, devido ao seu parco rendimento — é acima dos 10%? Como é que V. Ex.ª vem aqui dizer que não há perda de poder de compra?!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Uma vergonha!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Com toda a sinceridade, penso que mesmo o discurso político tem de ter limites.
Já agora, gostaria de saber por que é que o Governo não muda o sistema de actualização das pensões para que o mesmo esteja de acordo com os índices de inflação. Aí poderia dizer que não há perda do poder de compra, porque pouca haveria.
A verdade é que, em relação ao ano passado e em relação aos aumentos que se vêm sentido nos preços dos bens essenciais, a sua versão é preocupante.
A segunda questão que quero colocar-lhe é a seguinte: diga-me uma coisa, Sr. Deputado, afinal há crise ou não há? V. Ex.ª entende que não há. Está de acordo com o tal discurso muito optimista do Ministro Manuel Pinho? Continua com essa teoria que é dada aos portugueses (em que ninguém acredita), aceitando até a tal ideia de que a crise se deve apenas a factores de natureza externa, à tal inflação? Não lhe parece que essa crise deveria ter sido prevista pelo Governo? Pensa que é razoável que previsão sobre previsão as ideias do Governo sejam suplantadas pela realidade? Não acha que se deveria ter seguido o caminho, que o CDS aqui sugeriu várias vezes, de apoio ao investimento privado, com a criação de situações em que o Estado ajuda o investidor e as empresas?

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!