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20 | I Série - Número: 099 | 27 de Junho de 2008

As iniciativas do PCP apresentadas hoje, pura e simplesmente, não concluem o que quer que seja e nada propõem em termos de instrumento de processo para atingir um fim. Apenas indiciam o problema (e indiciam aquilo que o PCP gostaria), propondo um caminho que nem sequer atinge aquilo que prevê.
Em relação à questão da inflação e do aumento dos preços dos bens alimentares, é verdade que há um aumento de alguns bens alimentares, mas não deixa de ser verdade também que há uma diminuição dos preços de outros bens alimentares.
Objectivamente, o que se passa em relação ao comparativo que diz respeito a Abril é que, de facto, há um aumento do preço do pão e dos cereais na ordem dos 5,9%. Mas há um aumento de 0,0% na carne! Ou seja, o preço da carne não aumentou! Está rigorosamente na mesma!

Protestos do PCP e do BE.

Não, no último ano, não é no último mês!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não se mexe no mercado!

O Sr. Afonso Candal (PS): — Mais: os preços dos produtos agrícolas diminuíram 7,5%, ou seja, há bens alimentares essenciais que objectivamente registam uma diminuição e não um aumento.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sim, sim!…

O Sr. Afonso Candal (PS): — Mas vamos ao todo. No contexto da União Europeia, em que lugar é que Portugal está no que diz respeito ao aumento dos preços dos bens alimentares? Está em último lugar, ou seja, independentemente da atenção que deve merecer a matéria, Portugal é o país da União Europeia em que os preços dos preços dos bens alimentares menos cresceram. Ora isto deve merecer a nossa atenção. Mas não devemos perder de vista que este é um problema muito mais complexo do que o da situação do País.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Faça as contas por paridades de poder de compra!

O Sr. Afonso Candal (PS): — Relativamente à questão das previsões de crescimento, veja-se, por exemplo, o que prevê a OCDE em relação ao crescimento de 2008 e 2009.
Para 2008, Portugal crescerá 1,6%, o mesmo que Espanha e mais do que, por exemplo, os EUA. Para 2009, as previsões apontam para que Portugal crescerá 1,8%, mais do que a Espanha, que crescerá 1,1%, e mais do que os EUA. Ou seja, há um efeito global no amortecimento dos crescimentos. Mas, fruto das medidas estruturais que o Governo tem tomado e da solidez da nossa economia hoje,…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Solidez?!...

O Sr. Afonso Candal (PS): — … a própria OCDE prevê que não é suficiente para fazer face à dimensão da crise internacional.
Mas a perspectiva da OCDE é a de que, uma vez dissipadas as nuvens mais negras da crise internacional, Portugal será dos países mais capacitados para reagir e aumentar o seu crescimento em termos do espaço da OCDE.
Perante as dificuldades, o PS tem a humildade de as admitir e de procurar medidas, como fez com o aumento do abono de família, como fez com o congelamento do passe social nos transportes, como fez no apoio às empresas em termos do adiantamento de pagamentos, do adiantamento dos fundos estruturais a vários níveis.
As dificuldades que o País atravessa hoje e a nossa humildade não nos levam a ceder ao mais puro dos populismos, que terá como única consequência, depois de passada a «espuma», o agravamento da situação em que se encontram os mais desfavorecidos em Portugal.
Mais: em relação aos salários da função pública, o que o Governo disse e redisse várias vezes — e o Sr. Deputado do Bloco de Esquerda sabe-o bem, porque já colocou a questão 20 vezes —, ao contrário do que se