21 | I Série - Número: 099 | 27 de Junho de 2008
passou em anos anteriores, em que os aumentos eram de zero — havia um «congelamento» assumido pelo Governo —, foi que esse aumento não seria de zero mas, sim, igual à taxa de inflação esperada.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Então, está abaixo de zero!
O Sr. Afonso Candal (PS): — Ou seja, existe uma alteração política substancial, que consiste em passar de um «congelamento» para uma perspectiva de não perda do poder de compra real.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Tudo mentira!
O Sr. Afonso Candal (PS): — A verdade é que a taxa de inflação verificada não foi a prevista pelo Governo nem por nenhuma entidade institucional.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Termino já, Sr. Presidente.
Sr. Deputado Bernardino Soares, em relação ao impedimento de provisões feitas pela banca, à isenção de IMT que a banca tinha em muitas situações, ao cálculo dos dias de juro a pagar ou a receber da banca (que foi uniformizado) e ao arredondamento das taxas, nunca nenhum Governo tomou medidas tão gravosas para combater os interesses ilegítimos da banca.
Aplausos do PS.
Risos do Deputado do PCP Bernardino Soares.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Semedo.
O Sr. João Semedo (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Governo do Partido Socialista conduz o País há mais de três anos. Os resultados da sua governação estão muito longe do que foi prometido aos portugueses e são, na opinião do Bloco de Esquerda, globalmente maus.
A maioria dos portugueses vive hoje pior do que vivia há três anos e o orçamento da maior parte das famílias não chega para as suas necessidades básicas, mês após mês.
Ao contrário do que diz o Sr. Deputado Afonso Candal, há hoje em Portugal mais desempregados: há mais jovens desempregados, há mais mulheres desempregadas e há, também, mais desempregados de longa duração.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não negue a verdade!
O Sr. João Semedo (BE): — São mais de 400 000 os portugueses que perderam o seu emprego e que continuam hoje sem encontrar um novo trabalho. E, ao mesmo tempo, são menos os desempregados — e isto é que é chocante na política do Partido Socialista — que recebem subsídios de desemprego: na altura em que o Governo iniciou funções eram cerca de 80% e hoje não chegam a 60% os desempregados que recebem subsídio.
Significa isto que, para o Partido Socialista, é legítimo e justo obter poupanças à custa dos desempregados.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — É chocante!
O Sr. João Semedo (BE): — Isso é socialmente chocante! Há mais empregados e também mais pobres e mais portugueses socialmente excluídos. Há mais portugueses vivendo em condições de extrema pobreza.