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18 | I Série - Número: 099 | 27 de Junho de 2008

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Aí não estaríamos com certeza nesta situação. Não seria um caminho mais razoável? É porque nós apontámos uma solução…! V. Ex.ª esteve vários minutos a falar do alto daquela tribuna…

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Esteve 20 minutos!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — … e não deu uma única solução, um único caminho alternativo.
Para terminar, gostaria de dizer que a sua intervenção foi bem o espelho do Partido Socialista e do actual Governo, que não é capaz de dar uma única palavra de esperança ao País.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Afonso Candal, creio que neste momento, e face às dificuldades sentidas na vida de muitos e muitos portugueses e portuguesas, era necessária uma atitude de alguma humildade da parte do Partido Socialista, sobretudo quando o Partido Socialista prometeu alguma coisa que não tem vindo a cumprir.
Em relação ao discurso do défice e da política de austeridade o Partido Socialista teve duas fases: uma primeira fase em que disse que eram precisos sacrifícios de contracção no que diz respeito à despesa; e uma segunda fase, na apresentação do último Orçamento do Estado, em que disse aos trabalhadores da Administração Pública: «Este ano os vossos salários ficarão em linha com a inflação esperada» (declaração do Primeiro-Ministro já vista e revista milhares de vezes em qualquer vídeo). É uma declaração do PrimeiroMinistro que obriga o Governo, sentado a seu lado o Ministro de Estado e das Finanças. Ora, isso não tem vindo a acontecer.
O que é que nos disse aqui, na interpelação do Bloco de Esquerda, o Sr. Ministro de Estado e das Finanças? Que seria demagogia indexar os salários da função pública à inflação. Mas essa foi a promessa do Sr. Primeiro-Ministro. Portanto, demagogo será o Sr. Primeiro-Ministro! Ora, como eu não quero acreditar nisso, a minha pergunta é muito simples, Sr. Deputado Afonso Candal: das duas uma, ou a taxa de inflação, a exemplo de anos transactos, foi calculada com má-fé, ou foi por douta incompetência. Gostaria que o Sr. Deputado decidisse entre estas duas hipóteses: ou incompetência do Governo ou má-fé absoluta do Governo.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Afonso Candal, no seguimento do pedido de esclarecimentos do Sr. Deputado Luís Fazenda quase que diria que, provavelmente, a demagogia está do lado do Primeiro-Ministro quando promete — e já vi que tem seguidores na bancada do Partido Socialista…! O Sr. Deputado fez um discurso de 20 minutos, acusando o PCP de nada de novo propor e de fazer propostas que já tinha antes, mas concluímos, no final do discurso, que o PS (nem antes nem depois) não tem qualquer proposta para a gravíssima situação que o País vive!

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Esta é a principal conclusão que tiramos da sua intervenção populista e demagógica.

Protestos do PS.

Aliás, quanto mais populista, mais aplaudida pela bancada do Partido Socialista, que, na sua própria expressão, «está-se a lixar» para a vida do povo português!