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40 | I Série - Número: 102 | 4 de Julho de 2008

Pela sua localização geográfica, pela centralidade, pela relação euro-atlântica, funcionando como porta de entrada e de saída da Europa, será cada vez mais a plataforma motora do próprio desenvolvimento do País e da afirmação dele no mundo.
Os investimentos públicos e público-privados projectados, desde a terceira travessia do Tejo, passando pelo aeroporto internacional, prosseguindo pela maior plataforma logística do País no Poceirão e do metro ao sul do Tejo, até ao alargamento da fábrica da Portucel, bem como o novo enquadramento turístico na costa alentejana, o maior do País neste domínio, que se estende complementarmente a Alcácer do Sal, terminando no IP8, que liga Sines a Beja, de par com a reestruturação dos portos, para já não falar no troço do TGV que ligará o Poceirão a Caia e o incremento em curso na plataforma industrial, falam por si e estão aí a atestá-lo.
O PCP sabe disso, tal como sabe, por efeito dos resultados de sucessivas eleições legislativas ganhas confortavelmente pelo PS, que o coração dos cidadãos do distrito bate ao ritmo da esquerda, uma esquerda tolerante e universalista, que o PS protagoniza.
É isso que preocupa o PCP, sentado incomodamente numa mera maioria conjuntural autárquica, que, aliás, é afectada sempre que os eleitores afluem às urnas em número superior ao que é infelizmente normal ocorrer em eleições autárquicas. No passado foi assim nos concelhos de Setúbal, é assim em Grândola, em Alcácer e no Barreiro.
Obviamente que a direita, do CDS ao PSD, não conta para este campeonato. Nunca tiveram a gestão de uma câmara no distrito. Vaticino que vai continuar a ser assim e será assim.
Quanto ao BE, apesar dos resultados autárquicos alcançados nas últimas eleições, como, por exemplo, em Sesimbra, de 10,6%, não conseguiu elegeu nenhum vereador. O que quer dizer que estes votos foram perdidos e sê-lo-ão no futuro.
Voltando ao projecto de resolução do PCP, nós, PS, entendemos, ao contrário dos proponentes, que tudo aquilo que sirva o distrito e as suas gentes, venha de onde vier, é de aplaudir. E, mais, queremos conjugar esforços. Sempre o dissemos. Não somos nem seremos sectários.
Só que este projecto de resolução é uma oportunidade falhada para estes objectivos. Os planos, dois, que se pretendem criar para o litoral alentejano e para a península de Setúbal integram, na maior parte dos casos, objectivos que são, pura e simplesmente, de âmbito nacional. Os específicos do distrito, como os investimentos acima referidos, foram lançados — e bem — pelo actual Governo e a criação de mais estruturas de alegado acompanhamento não fazem, por isso, qualquer sentido. E não fazem, porque, no que respeita ao litoral alentejano, a Associação de Municípios do Litoral Alentejano (AMLA) já terminou um projecto articulado e, como é referido no próprio preâmbulo da resolução, são inúmeros os instrumentos de planeamento existentes, para além do QREN, incluindo o plano estratégico que envolve todos os municípios de Setúbal e 249 entidades públicas e privadas. Para quê mais? Por todas estas razões, o PS votará obviamente contra, não sem que reconheça que o PCP fez anotar no preâmbulo — e bem — os elevados níveis de qualidade de desenvolvimento do distrito. Seguramente que o Governo agradece.
Desejaríamos que o nosso voto fosse outro. E seria outro se, antes, o PCP tivesse colocado à consideração dos demais partidos uma ideia que fosse consensualizadora de desígnios comuns para bem do distrito, pura e simplesmente, porque há desígnios para bem do distrito.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Luís Rodrigues.

O Sr. Luís Rodrigues (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Representantes de instituições do distrito de Setúbal: A estratégia de desenvolvimento do PSD para Portugal e para o distrito de Setúbal nunca foi, não é e nem poderá ser a mesma que o PCP defende e propõe.
Sabemos que a península de Setúbal é a principal base de apoio do Partido Comunista. Sem o poder que detém nas autarquias locais deste território, a sua representatividade nacional estaria fortemente afectada.
Compreende-se que a componente eleitoral tenha, nesta iniciativa do PCP, um papel importante,…

Vozes do PSD: — É verdade!