17 | I Série - Número: 007 | 2 de Outubro de 2008
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Sr. Deputado, em que mundo é nós estamos?! Que responsabilidade tem este Governo?! Que responsabilidade têm o Primeiro-Ministro e o Ministro da Economia?! Olhe, Sr. Deputado, se faltou serenidade a alguém não foi, certamente, ao PSD, porque foi o PSD que veio, com a sua voz, procurar serenar os ânimos dos portugueses, que não ficaram nada descansados com aquilo que o Governo lhes veio transmitir.
Sr. Deputado, o primeiro passo para resolver um problema é reconhecê-lo. E já percebemos que quer o Governo quer o Partido Socialista não reconhecem problema algum, a avaliar por aquilo que o Sr. Deputado referiu.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Sr. Deputado, deixe-me dizer-lhe que não o ouvi falar sobre a questão da irresponsabilidade dos investimentos públicos, e ainda hoje tivemos um exemplo notável dessa mesma irresponsabilidade com o Ministro das Obras Públicas,…
O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — Também é habitual!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — … que disse: «Os tempos hoje são mais difíceis, amanhã podem ser mais fáceis. O que interessa é fazer os investimentos, não importa o seu custo, não importa nada. Logo se vê!». Isto é ser responsável?! Sr. Deputado, ao menos podia ouvir — e, certamente, deve ser importante para si — a opinião do exMinistro Campos e Cunha, que veio dizer que esta política tinha de ser toda reformulada e, se calhar, até suspensa. Não ouviu, Sr. Deputado? Ele falou alto e em bom som ainda ontem!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Era de esperar que a bancada do Partido Socialista tivesse aprendido com os erros do passado, nomeadamente com as SCUT, essas tenebrosas SCUT, que hoje estamos a pagar com tantos sacrifícios para a nossa população, mas, afinal, parece que não aprenderam, porque, decorridos 10 anos, o Partido Socialista cai nos mesmos erros ao vir dizer que os investimentos do Plano Rodoviário Nacional não custam nada. Segundo as próprias concessionárias, estão subavaliados em mais de 100%!Como é que cataloga isto, Sr. Deputado? Isto é ser responsável? Sr. Deputado, o nosso país precisava de tudo menos disto nesta altura difícil e complicada que atravessamos, mas temos um Governo que manifesta não estar claramente a altura das responsabilidades que devia assumir.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Diogo Feio.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Miguel Frasquilho, V. Ex.ª trouxe hoje a esta Câmara a questão da situação financeira internacional. Como é evidente, a nós devem preocupar-nos especialmente todos os efeitos que ela tenha sobre a situação financeira e económica a nível nacional, porque em Portugal vive-se, neste momento, uma situação de crise e de dificuldades.
A primeira questão que lhe quero colocar, tendo em atenção que a produtividade tem números que são baixos, que a carga fiscal continua a aumentar e que a classe média tem cada vez mais dificuldades, é quais são as causas desta situação e se entende que existem ou não causas de natureza nacional e de erros de política económica que nos tem levado a esta situação.
Em segundo lugar, transpareceu das suas palavras que é necessário dar alguma segurança às pessoas.
Pergunto-lhe, por isso, como é que avalia as palavras de um ministro que, há uns meses, anunciava o início da retoma, que, ainda ontem, nos falou do fim da prosperidade e que, pelo meio, disse que este Governo era