22 | I Série - Número: 007 | 2 de Outubro de 2008
transportes colectivos de crianças, os condutores dos transportes públicos e comerciais e os condutores dos veículos de mercadorias perigosas.
Porquê esta redução para os condutores jovens e inexperientes? Porque 40% das mortes dos jovens com idades entre os 18 e os 24 anos acontece em acidentes de viação. Porquê a redução para os condutores dos transportes de crianças, dos veículos de mercadorias e dos autocarros de grande dimensão? Porque são responsáveis por 18% dos acidentes mortais na União Europeia. Porquê a redução para os condutores dos veículos de mercadorias perigosas? Porque os acidentes com estes veículos são bastante mais graves.
Para o PSD é chegada a hora de fazer este avanço, é chegada a hora de harmonizar.
A Espanha já fez esta redução. É chegada a hora de seguir as recomendações europeias e de saber qual é a posição do PS quanto a esta tipologia de veículos no que se refere à redução da taxa de álcool no sangue permitida.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Nelson Baltazar, gostaria, naturalmente, de felicitá-lo por ter trazido a debate este assunto, que é sério e que tem consequências dramáticas, diariamente, no nosso país, merecendo, por isso, a maior atenção por parte desta Assembleia.
Quero também felicitá-lo, como Presidente da Subcomissão de Segurança Rodoviária, e em nome de toda a Subcomissão, pela realização e o sucesso da Conferência, na qual, aliás, tive oportunidade não só de estar presente como até de proferir uma intervenção.
Concordo com muito daquilo que foi dito, nomeadamente com a necessidade de haver uma harmonização da legislação ao nível europeu em matérias tão sensíveis mas tão importantes como a taxa de alcoolemia, a questão do ensino, as inspecções ou as cartas de condução, isto é, um conjunto de matérias que são importantes para a União Europeia e também para Portugal, que, como disse — e é um facto que deve orgulhar-nos a todos, ainda que seja manifestamente insuficiente —, dentro desse quadro da União Europeia, foi dos países em que mais se reduziu, desde o Plano Nacional de Prevenção Rodoviária de 2002, o número de feridos, de feridos graves e de mortos.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Ainda bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Mas se concordo com o que foi dito, com a necessidade de reforço da legislação e da fiscalização, não queria deixar de questioná-lo sobre dois aspectos que, a meu ver, são fundamentais, se queremos, de facto, ter uma estratégia integrada de combate à sinistralidade: a prevenção e a educação.
Deixar-lhe-ia justamente duas perguntas. A primeira delas é sobre prevenção: está ou não de acordo com a absoluta necessidade da realização de campanhas não generalistas, não ambíguas ou gerais mas, sim, concretas e selectivas, de prevenção rodoviária? Se sim, deixe-me que lhe diga «bem-vindo». Nós concordamos, mas, pelos vistos, este Governo não.
Segunda pergunta: considera ou não importante a introdução deste tipo de comportamentos justamente em relação aos mais jovens, que serão os condutores de amanhã? Nesse sentido, concordando, considera bemvindas medidas como a distribuição de cadernos de prevenção rodoviária nas escolas dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico ou até, a médio prazo, a introdução, nos currículos escolares, de uma disciplina específica? Também neste caso, se estiver de acordo, tem com certeza o nosso apoio, mas não o terá, pelo que temos percebido, do Governo que V. Ex.ª apoia.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Nelson Baltazar.