42 | I Série - Número: 011 | 10 de Outubro de 2008
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — O arranque do ano lectivo, a vida das escolas (ou das escolinhas, como, com aquele toque de ternura, só a propaganda socialista ç capaz de inventar)»
Risos do PSD.
» está irremediavelmente marcada pela burocracia e pelo melindre da avaliação, em especial da avaliação dos professores, feita nos termos que todos conhecem.
Houve um dia em que a Sr.ª Ministra disse — numa frase infeliz e errada — que o sistema educativo estava demasiado centrado nos professores. Mas cabe perguntar, e perguntar-lhe também a ela: esta avaliação não será um dos principais factores de concentração do sistema educativo em torno da classe docente?
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Enquanto se preenchem formulários, se escrevem relatórios, se marcam reuniões e se fazem entrevistas, quantas aulas ficam por preparar, quantos alunos repetentes ficam por assistir, quanto empenho e energias de professores se gastam em secretaria e nos corredores?!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — O Governo PS, nos três anos e meio de Governo que leva, abriu várias frentes nas políticas educativas. Tem errado muito, tem errado muito mais do que acertado, mas há uma área em que falhou clamorosamente, que foi a da exigência e do rigor no ensino!
Aplausos do PSD.
O reforço da exigência é, pois, um imperativo político de primeira grandeza. Sabemos bem que ele depende de múltiplos factores, que interagem entre si e que são complexos. Apresentaremos, por isso, oportunamente, um projecto de resolução, que, assente no conjunto de propostas feitas ao longo desta Legislatura, no debate público na blogosfera — ali, ao contrário das práticas do PS, não se fazem debates atravçs de citações,»
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Nem delitos de opinião!
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — » e continuará, já que o blog tanto sucesso teve —, em audições que antecederam a discussão de hoje e ainda na audição de mais alguns especialistas, apresentaremos, como dizia, um projecto de resolução, exclusivamente destinado a reforçar a exigência, a qualidade e o rigor do ensino nas escolas portuguesas.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Julgamos, porém, que a complexidade do nosso sistema educativo exige «medidas-alavanca», «medidas-incrementais». Por isso, fazemos, desde já, uma proposta de reintrodução gradual de exames nos anos de conclusão de cada ciclo do ensino básico.
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Vai a reboque do CDS!
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Nos anos em que há provas de mera aferição, que se passe para um sistema de provas globais que, ao fim de três anos, possa vir a ser um sistema de autênticos exames; nos anos ou disciplinas em que há provas globais, que passem a ser exames verdadeiros e próprios, os quais, em termos de resultado final, serão, naturalmente, ponderados com a avaliação contínua.