114 | I Série - Número: 020 | 29 de Novembro de 2008
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Isso é mentira!
O Sr. Mota Andrade (PS): — É falso!
O Sr. João Semedo (BE): — A passagem do Primeiro-Ministro por aquela escola é um retrato exacto desta governação. Primeiro, finge-se e, depois, talvez se actue e faça alguma coisa!»
Aplausos do BE.
Se há uma televisão a filmar, temos sorrisos; se regressamos à rotina, é o regresso ao autoritarismo.
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Então, e o Sá Fernandes?!
O Sr. João Semedo (BE): — O Governo já não esconde o seu autoritarismo, o qual se exprime de muitas maneiras.
Quero lembrar-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que, no dia da aprovação, na generalidade, deste Orçamento do Estado, fez este Parlamento votar, incluindo cinco Deputados do seu partido, um Código do Trabalho que impõe a precarização de todas as relações laborais, rasgando os compromissos que o Partido Socialista tinha estabelecido e definido em 2003.
Nos CTT, o Governo manda pagar 400 € a cada trabalhador que assine e se resigne á perda dos seus direitos e demite cada responsável por um serviço que não tenha aceite esta indignidade.
O Sr. Horácio Antunes (PS): — Não seja mentiroso!
O Sr. João Semedo (BE): — Perante os professores, o autoritarismo chega ao absurdo da imposição de normas ilegais, de ameaças e até mesmo de atitudes persecutórias. A Sr.ª Ministra da Educação tornou-se o símbolo do autoritarismo, que é a marca desta maioria absoluta.
O Sr. Horácio Antunes (PS): — O senhor é que é autoritário!
O Sr. João Semedo (BE): — E é em nome deste autoritarismo que o Governo fará aprovar um Orçamento de fantasia, que não quer ver, que não quer ouvir e que não quer tratar dos problemas do País.
O Sr. Primeiro-Ministro criou mesmo um tique de satisfação: quanto piores forem as notícias da economia e do emprego, mais o Governo elogia a superioridade de Portugal em relação aos pobres governantes de outros países,»
O Sr. Mota Andrade (PS): — Também não é assim tanto!
O Sr. João Semedo (BE): — » esses, sim, mergulhados na mais escura crise.
A economia estagnou no Verão. «Óptimo,»« — diz o Sr. Primeiro-Ministro — «» porque os outros já estão em recessão».
Portugal entra em recessão no Outono/Inverno. «Magnífico,»« — diz o Sr. Primeiro-Ministro — «» porque os outros países têm uma recessão pior do que a nossa».
O desemprego subiu, em 40 000 desempregados, no õltimo trimestre. «A coisa está a correr bem,»« — pensa o Sr. Primeiro-Ministro — «» porque em Espanha ç muito pior«.
Não, Sr. Primeiro-Ministro! Portugal não está a passar por uma crise passageira! Todos os portugueses já sabem que em crise estamos há oito anos, sempre a perder poder de compra e a divergir economicamente do resto da Europa. E agora, agora que o mundo está a mergulhar na pior recessão dos últimos 30 anos e Portugal tem uma economia frágil, vítima do seu próprio atraso, agora, que era preciso uma política corajosa de combate à crise, esta política falhou, esta política faltou.
Vozes do BE: — Muito bem!