29 | I Série - Número: 030 | 8 de Janeiro de 2009
De facto, é difícil acreditar que tenhamos chegado a um ponto em que quem devia personificar a seriedade e o rigor falta à verdade desta forma.
Tudo isto, Sr. Presidente e Srs. Deputados, é a prova provada de que nunca o Governo teve uma estratégia para lidar com a recessão. Primeiro, tentou escondê-la e negá-la o mais possível, mesmo quando ela já era óbvia e sentida na nossa economia, e só agora, tarde e a más horas, é que o Primeiro-Ministro e o Ministro das Finanças vêm reconhecer que, neste cenário de recessão mundial e europeia, Portugal não é uma excepção. Dá vontade de perguntar: mas só descobriram isso agora?! É que a crise já vem desde 2007 e desde Setembro de 2008 que se sabe que ela iria ser bem gravosa! O desnorte da governação socialista é absoluto. E, Sr. Presidente e Srs. Deputados, um Governo desnorteado, que nega, durante meses a fio, a realidade que é evidente para todos, que tenta puxar para si louros que não lhe pertencem e que vai a reboque dos acontecimentos e não os antecipa, como qualquer Executivo deve fazer, é um Governo que não está à altura de conduzir os destinos de um País.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Se é nos momentos de maiores dificuldades que se vê a fibra de que cada um é feito, então, só podemos concluir que, com este Governo e este Primeiro-Ministro, Portugal nunca irá andar para a frente.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados José Junqueiro e Pedro Mota Soares.
Tem a palavra o Sr. Deputado José Junqueiro.
O Sr. José Junqueiro (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Miguel Frasquilho, a sua intervenção é própria da do profeta do dia seguinte. A verdade é que a situação macroeconómica não é uma situação de fácil previsão por nenhum dos bancos europeus nem pelo Banco Central Europeu, como se sabe.
O Sr. Deputado conhece bem o Sr. Trichet e o Presidente da Comissão Europeia e também conhece bem a volatilidade das previsões que se fazem num contexto destes e, portanto, as suas críticas à previsão macroeconómica são infundadas.
Mas também é importante referir que, como sempre, a referência, sua e do PSD, ao Governo teria de ser sempre negativa, dizendo até que ele segue políticas erradas, as mesmas que permitiram um crescimento da economia, as mesmas que permitiram um crescimento da riqueza, as mesmas que permitiram um combate ao desperdício e as mesmas que permitiram a simplificação da vida das pessoas.
O que é certo para o PSD e que seria a política certa do Governo, era, certamente, que este Governo continuasse, tal como a direita fez, a ter um dçfice de 6,8%,»
O Sr. Ricardo Rodrigues (PS): — Bem lembrado!
O Sr. José Junqueiro (PS): — »a ter taxas de desemprego recorde, a ter crescimentos negativos em trimestres sucessivos»
O Sr. Miguel Ginestal (PS): — Uma desgraça!
O Sr. José Junqueiro (PS): — »e ainda a fazer negócios — e espere, Sr. Deputado, pelo que aí vem — como o do Citigroup.
O Sr. Miguel Ginestal (PS): — Uma vergonha!
O Sr. José Junqueiro (PS): — Espere pelo que aí vem, porque nós ainda estamos a pagar essas políticas «certíssimas» do PSD e do CDS.