26 | I Série - Número: 037 | 23 de Janeiro de 2009
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo.
O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Fazenda, agradeço-lhe a simpatia no comentário a propósito do Congresso do CDS-PP.
O Sr. Deputado quer sentir-se reconfortado com as declarações de quem seja e eu preferia saber se ainda se sentiria reconfortado, porventura, na posição programática de tempos idos do Enver Hoxha, por exemplo.
Risos do BE.
Faz mais sentido por aquilo que representa para o País, e que na minha intervenção quis significar, do que outra coisa qualquer, na expressão daquilo que, nas soluções da extrema-esquerda experimentadas na História, hoje, já não retiraríamos nada de novo e naquilo que o País precisa certamente não encontrámos resposta para coisa alguma.
Estamos em lados opostos deste Hemiciclo, o que faz sentido. E quando, hoje, se percebe que se governa mal e ao País se vai pedir a apreciação sobre a alternância que Portugal justifica, nós significamos essa alternância e exprimimos no Bloco de Esquerda tudo aquilo que o País não deseja ou de que , pelo menos, não precisa!
O Sr. João Semedo (BE): — Do CDS!
O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Enuncie o Sr. Deputado os «crimes» da governação, as marcas que este Governo não consegue imprimir e adiante depois as soluções que apresenta e o País avaliará, porque o Sr. Deputado argumenta com a crise e com a falta de confiança na economia. Gostava de saber o que ainda vê nas economias planificadas que hoje pudesse ser resposta para o que fosse. Não encontro! Mas sei que não tem outras respostas.
O País, hoje, sente e vive um aumento da criminalidade. O CDS insiste na necessidade de aumentar o investimento nas forças de segurança. Gostava de saber o que é que o Bloco de Esquerda propõe como alternativa, para além de algumas teorizações sociológicas sobre os complexos de origem.
Sr. Deputado, deixe-me que lhe diga outra coisa: de Satanás e Belzebu sei muito pouco» e nem sequer elevei à categoria das prioridades da agenda política retirarem-se crucifixos dos hospitais!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Mesmo quando para alguns, às vezes, um crucifixo pode significar o único momento de conforto que encontram quando sofrem e quando não sabem o que lhes vai acontecer nas horas seguintes.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — As nossas prioridades são muitas outras! Mas também lhe digo outra coisa, Sr. Deputado: é a este Bloco de Esquerda, quando fala de coligações, que tenho de me dirigir quando há muito pouco tempo dizia a este País que «o Zé fazia falta», que o «Zé» era a solução para todos os males»! Hoje, percebe-se que, afinal, o «Zé» não faz falta, nenhuma! O que faz falta saber é o seguinte: e do «Zé», o que é que vem? Seria uma boa altura de, sobre isto, o Sr. Deputado dizer também qualquer coisinha.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para uma última declaração política, tem a palavra o Sr. António Filipe, em nome do PCP.