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24 | I Série - Número: 039 | 29 de Janeiro de 2009

Vozes do PCP: — Exactamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — O Sr. Primeiro-Ministro falou do apoio ao emprego. Quero dar-lhe uma notícia de última hora: a multinacional alemã Euronadel abandonou Portugal. Agora, hoje! Mais uma, Sr.
Primeiro-Ministro! Em relação à situação de desemprego, o Sr. Ministro das Finanças foi dar uma aula de Economia na Universidade em Faro e, num rasgo metafórico, afirmou que a crise não tem solução nos livros, nas leis de economia, que já não comporta o GPS e que, agora, a solução é deixarmo-nos guiar pelas estrelas. Ainda dizem que não somos inovadores, que não somos criativos» Temos um Ministro das Finanças que acredita que a solução é olhar para as estrelas» Cuidado, Sr. Primeiro-Ministro, porque olhamos para o céu e para o umbigo, como vocês fazem, e acabamos por bater com o nariz na realidade.
Foi isso, com certeza, que o inspirou, no último debate: quando falei em exemplos concretos de despedimentos, de encerramentos e de falências, o Sr. Primeiro-Ministro, com a sua arrogância costumeira, e falando de cátedra, disse, mais uma vez: «Ah, mas não fala da Qimonda! Ah, mas não fala das minas de Aljustrel!». Bom, nós não falamos, porque temos algum senso.
No entanto, já que fez essa afirmação, diga-me, Sr. Primeiro-Ministro, em relação às minas de Aljustrel, por que é que continuam fechadas e só há a perspectiva de abrirem em Junho. Qual é a resposta que se dá aos mineiros?

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Em relação à Qimonda, o Sr. Primeiro-Ministro precipitou-se, porque estamos todos de acordo que aquela empresa faz falta à economia nacional e ao emprego, que é importante mantê-la! Porque é que pôs esse ar arrogante e garantiu o que não podia garantir?

O Sr. Primeiro-Ministro: — É mentira!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Diga qual é a situação da Qimonda neste momento e que medidas estão a ser tomadas para garantir o seu futuro!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, comecemos por esses exemplos concretos.
No que se refere às minas de Aljustrel, diz o Sr. Deputado que há a perspectiva de abrir. Acontece que, há uns meses atrás, a perspectiva era de fechar e foi a intervenção e a ajuda do Governo que contribuíram para arranjar uma solução.

Protestos do PCP.

Sei que os Srs. Deputados não gostam do que digo e que adoram trazer ao Parlamento casos concretos de situações trágicas para atacar o Governo. Só falta dizerem que a culpa de tudo o que acontece é do Governo.
Considero que a utilização desses argumentos é um empobrecimento do debate político, o que é lamentável, para não dizer pior.
Sr. Deputado, o que eu disse aqui, a propósito da Qimonda, estou em condições de manter. Disse nessa altura, e repito hoje, que o Estado português, mal soube das dificuldades, se disponibilizou para ajudar. E quer ajudar! A administração da Qimonda pediu ajuda ao Estado português para estimular o aparecimento de um consórcio bancário que pudesse financiar 100 milhões de euros e o Estado português fez isso, deu um contributo.