16 | I Série - Número: 047 | 19 de Fevereiro de 2009
Mais uma vez se comprova que as medidas do Governo PS vão para os mesmos de sempre! Benefícios, protecções, apoios para os senhores do dinheiro! E nos usos e costumes das políticas de direita sobrarão algumas migalhas para os pobres!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Afonso Candal.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, a situação económica do país é difícil. É difícil e a dimensão e a profundidade das dificuldades que atravessamos ainda não é clara.
Muitos tentam responsabilizar o Governo pela situação em que nos encontramos, mas melhor fora se esta crise pudesse ser tida como uma crise nacional e que pudesse ser imputável ao Governo nacional, porque é por demais evidente que, infelizmente, esta crise não ç nacional,»
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Ai não ç?!»
O Sr. Afonso Candal (PS): — » mas uma crise global, que afecta inevitavelmente uma economia pequena e aberta como é a portuguesa.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Essa de a crise não ser nacional é um chavão!
O Sr. Afonso Candal (PS): — A verdade é que, fruto daquilo que tem sido a política do Governo, de ultrapassagem de grandes estrangulamentos crónicos da nossa economia, da nossa administração, na simplificação, no apoio às empresas, no estímulo às exportações, na atracção de investimento estrangeiro, na promoção do turismo, no saneamento das finanças públicas, temos hoje a possibilidade de beneficiar de instrumentos para acorrer às situações mais difíceis.
Numa frase, que não é minha, mas de um amigo: «se andaste a poupar para os dias maus, começa a gastar».
Aquilo que o Governo fez foi, em tempo e sem que ninguém soubesse o que nos esperava, poupar e preparar o País para eventuais «dias maus». Infelizmente, eles vieram mais cedo do que aquilo que alguém podia prever, para o País e para todos os nossos parceiros, para toda a economia global.
Há problemas de duas ordens. Há problemas de ordem financeira e por isso urgiu actuar. E o Governo foi pronto na sua intervenção, como é quase unanimemente reconhecido, numa lógica de estabilização do sector financeiro, que é fundamental para o funcionamento da economia real, da vida das famílias. Mas um dos problemas é que ainda não há a estabilização necessária, a normalização do sector financeiro, para que as empresas e as famílias possam voltar à sua vida normal, nomeadamente através do recurso ao crédito.
Por isso, o Governo já tinha avançado e tem sucessivamente reforçado o apoio às empresas que querem investir. Alargou inclusivamente esses apoios às empresas que se querem reestruturar ou pura e simplesmente precisam do fundo de maneiro para acorrer a circunstâncias pontuais. Isto tem sido feito! Já muitas empresas, 16 000 empresas, beneficiaram deste apoio.
Mas há problemas económicos, há problemas de contracção da procura que criam um problema na economia real de um país — mas não só! E por isso o Governo tem reforçado a sua linha de política de diplomacia económica, ajudando as empresas a encontrar novos mercados de exportação, não deixando cair a procura do nosso turismo, através de campanhas específicas sobre mercados fundamentais para o nosso turismo, mas também no mercado interno.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Falta de voluntarismo não há»!
O Sr. Afonso Candal (PS): — Portanto, ideias pode haver muitas, mas a verdade é que este Governo já há muito que trabalha nos fundamentos que levam a uma economia saudável e que são por demais exigíveis e evidentes, quando há problemas.