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18 | I Série - Número: 047 | 19 de Fevereiro de 2009

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr.as e Srs. Deputados: É curiosa a atitude do Governo que, em relação às dificuldades da banca, às dificuldades acerca das garantias de crédito, de apoios à dinamização da liquidez da banca, à recapitalização da banca, tem uma atitude prudente e diz-nos: «Não sabemos se as medidas são ou não suficientes; pode ser que venhamos a ter de tomar outras medidas». Aqui, várias vezes, isso já foi afirmado pelos principais responsáveis deste Governo.
Curiosamente, em relação às chamadas medidas anti-crise, àquelas que têm directamente a ver com a produção e com a protecção social, a palavra de ordem, o slogan, repetido até à saciedade, é o de que «já temos medidas que cheguem. As medidas são todas suficientes».
«As medidas são suficientes»! Ainda ontem, ouvimos o Ministro da Economia a dizer isso: «Todas as medidas são suficientes; é preciso é pô-las em prática. Não são necessárias mais medidas.«» Este é o Governo que «tem dois pesos e duas medidas»: para os bancos talvez sejam precisas outras medidas, mais medidas; mas, para a economia real e para a situação social não são precisas mais medidas.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Muito bem!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Eu queria contrastar esta posição dúplice, da parte do Governo, em relação à agudíssima crise que estamos a viver.
E, Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, Srs. Deputados da maioria: insistimos, mais uma vez e as vezes que forem precisas, para que haja o alargamento do direito ao subsídio de desemprego.
Sob o eufemismo «alargamento da protecção social no desemprego», expressão utilizada pelo Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, ainda agora, o que quer dizer é alargamento do «subsídio social de desemprego» e não do «subsídio de desemprego». São duas coisas totalmente diferentes!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Exactamente!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — São duas coisas totalmente diferentes: um ç o direito e outro ç um bónus»

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Ohhh»!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — O que os senhores não querem dar é o direito! Os senhores condenaram, em particular, a juventude portuguesa a não ter acesso ao subsídio de desemprego!

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Esgotou o seu tempo, Sr. Deputado. Tem de terminar.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Termino, Sr. Presidente, dizendo que a maior parte daqueles que não conseguem ter os descontos suficientes para aceder ao subsídio de desemprego vem de trabalhos precários e são jovens. Portanto, os senhores fizeram uma condenação geracional, etária, contra uma parte da sociedade portuguesa! Tem sido esta «a medida» do Partido Socialista e do Governo contra a crise!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, Sr.as e Srs. Deputados: Já cansa esta atitude do Partido Socialista de tentar apregoar que não tem qualquer responsabilidade na matéria.
Quero dizer ao Sr. Deputado Afonso Candal, como provavelmente, muitos Deputados quererão dizer, porque nós ouvimos as pessoas em concreto e sabemos aquilo que as pessoas em concreto sentem: os senhores também sabem, querem é alhear-se da realidade! Mas sabem que têm responsabilidades em relação à situação que, hoje, o País atravessa.
Porque quando os senhores tomaram como vosso primeiro objectivo o dçfice,»