21 | I Série - Número: 050 | 26 de Fevereiro de 2009
Sr. Deputado, o que nos separa (já lho disse) é a diferença entre quem considera o investimento público como essencial para a modernização do País e para combater a crise e quem não o considera.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Todas as concessões rodoviárias que estamos a lançar têm duas coisas que, antes, não tinham. A primeira é que todas elas têm um estudo de custo/benefício, tão reclamado pelo PSD mas que agora ninguém lê, e a segunda é que todas elas contribuem para a execução do Plano Rodoviário Nacional.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Todas elas modernizam a nossa economia, todas elas contribuem para que haja uma melhor qualidade de vida e todas elas salvam vidas, como é condição fundamental quando se faz um investimento rodoviário.
É isto que nos separa: os senhores acham que não se deve fazer nada; nós achamos que devemos acelerar o investimento público como forma de estimular a nossa economia e dar mais oportunidades de emprego a todos os portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Rangel.
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, não há dúvidas que o Sr. PrimeiroMinistro, mais uma vez, não respondeu à pergunta, porque não quer assumir a verdade.
A verdade é que este Governo preparou a «auto-estrada cor-de-rosa», que é a auto-estrada que vai de Lisboa até ao Porto — aliás, vai para lá do Porto — e que é a terceira auto-estrada paralela junto ao litoral português. É a soma das concessões da A13, que já está feita, com Almeirim a Vila Nova da Barquinha, Tomar, Coimbra, Condeixa, Mealhada, depois Coimbra — Oliveira de Azeméis, Oliveira de Azeméis, Carvalhos, Gondomar e Paredes. Tudo isto ligado faz três auto-estradas.
Portanto, a noção de investimento público, a tal qualidade do investimento público, de que o Governo fala, é isto: é o País das auto-estradas! É o País da «auto-estrada cor-de-rosa»! É o País onde o investimento está aplicado para que, junto à faixa litoral, haja a A8 com a A29 e a A17, haja a A1 e haja a «auto-estrada cor-derosa», a auto-estrada em que está o investimento público.
Aplausos do PSD.
Sr. Primeiro-Ministro, o repto que tenho de deixar-lhe é o seguinte: como é possível que um Governo diga que está ao serviço do desenvolvimento económico, que está a apostar no desenvolvimento harmonioso do País, e que a solução que tem para os problemas do País é não ter uma auto-estrada, não ter duas autoestradas, mas ter três auto-estradas a ligar Lisboa ao Porto?! Isto é a política do PS, é a política da «auto-estrada cor-de-rosa»! É a isso que se reduz.
E com isto tenho a certeza de que os problemas do País não se resolverão.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para formular a pergunta, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, uma pergunta factual: quando o Sr.
Primeiro-Ministro qualificou de animadores os números do desemprego divulgados pelo INE, o Governo já conhecia ou ainda não conhecia os números do Instituto do Emprego e Formação Profissional, que apontam para mais 70 000 desempregados, só no mês de Janeiro?