22 | I Série - Número: 050 | 26 de Fevereiro de 2009
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Portas, respondo de forma factual.
O que eu disse (e isso é que é um facto) é que os números eram melhores do que estávamos à espera.
Isto é reconhecido por todos os observadores que acompanham a situação económica. Isto é que é factual.
Depois, disse que esses números nos encorajavam e nos animavam a prosseguir o combate ao desemprego. Foi isto que eu disse: que nos encorajavam a prosseguir com as medidas e que nos animavam para que combatêssemos os números do desemprego.
No tempo em que o Sr. Deputado estava no governo, lembra-se qual era a evolução mensal? Nesse tempo, houve evoluções mensais de 100 000 desempregados e nessa altura o Sr. Deputado nunca, nunca, nunca anunciou qualquer programa para reduzir o desemprego!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Não é verdade! Falso!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Como o Sr. Deputado sabe, todos os meses se inscrevem (como em 2001 se inscreviam) cerca de 50 000 pessoas nos centros de emprego.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas aumentou 40%!
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — O que isto significa é que o ritmo do fluxo cresceu, como, aliás, estávamos à espera.
Mas é com medidas como aquelas que aprovámos que se combate o desemprego, se dá luta e se promove o emprego no nosso País.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, creio que toda a gente percebeu: o Sr. Primeiro-Ministro não quis responder.
É porque os números do Instituto do Emprego e Formação Profissional habitualmente são conhecidos até ao dia 15 de cada mês e o senhor disse que os números do INE eram «animadores» no dia 17 deste mês.
O que o senhor, provavelmente, quis foi fazer uma declaração para o telejornal. Mas o prazo de validade da sua sabedoria ou da sua certeza durou cinco dias, porque nada tem de animador. Pelo contrário, tem de socialmente dramático: 70 000 desempregados a mais num só mês, Sr. Primeiro-Ministro!
Aplausos do CDS-PP.
Mas o que lhe quero perguntar é se se lembra desta frase, Sr. Primeiro-Ministro: «Os números do desemprego são o sinal do falhanço da política económica do Governo». Foi o Dr. Louçã? Foi o Dr. Rangel? Fui eu? Não! Nenhum de nós disse isto! As palavras foram proferidas por José Sócrates e constam do Diário Económico de 19 de Fevereiro de 2003. Sabe quantos eram os desempregados? Eram 330 000. Pergunto: então, 450 000 são sinal de quê?! De um falhanço ou se um êxito, Sr. Primeiro-Ministro? Os números são «animadores», ainda?
Aplausos do CDS-PP.