26 | I Série - Número: 050 | 26 de Fevereiro de 2009
Perguntei-lhe objectivamente aquilo que qualquer contribuinte, qualquer cidadão lhe perguntará: até quanto vão ser protegidos os depósitos? São depósitos até 100 000 € ou depósitos atç 1 milhão de euros? E atravçs de que aval? Aquele que foi concedido ou através de outra forma? O Sr. Primeiro-Ministro não quis responder — e esgotou o tempo.
De modo que, se quiser vir a responder e esclarecer o País, mais do que esta bancada, não era pior,»
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — » porque desde o início, lembro-lhe, as autoridades públicas admitiram dar um aval de, apenas, 45 milhões de euros na primeira semana e subiram o aval para 450 milhões de euros na semana seguinte, umas vezes era para proteger um banco sem impacto sistémico, outras vezes era porque o banco tinha impacto sistémico, e agora dão-nos razão quando dizem que é só para depósitos.
A única pergunta que queremos fazer (e só queremos saber isso) é: que depósitos, até que valor e com que aval? Curiosamente, o Sr. Primeiro-Ministro não respondeu.
Não quero terminar este debate, Sr. Primeiro-Ministro, sem lhe perguntar algo que, para nós, é também relevante.
Sr. Primeiro-Ministro, contra o sofrimento inútil em doenças terminais eu creio que somos todos. Aceitar discutir o chamado «testamento vital», desde que ele seja fundamentado, pela nossa parte, estamos disponíveis. Quanto à eutanásia — parece que alguns Srs. Deputados do Partido Socialista defendem-na! —, nós, CDS, defendemos o investimento do País em cuidados paliativos.
A pergunta que gostava de lhe fazer, Sr. Primeiro-Ministro, é esta: um país que tem apenas 17 equipas certificadas de cuidados paliativos, que pouco excede, em cuidados paliativos, as 100 camas, quando precisaria de ter cerca de 1000, que pode ter nos cuidados paliativos a forma civilizada de reduzir a dor,»
O Sr. Mota Andrade (PS): — Quanta demagogia!»
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — » porque reduzir a dor nas doenças terminais ç algo que toca qualquer pessoa, seja qual for a sua ideologia, desde que seja dotada de humanidade e de coração, um País que tem imenso a fazer nos cuidados paliativos,»
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — » por que razão há-de, aparentemente, por via do Partido Socialista, mergulhar na discussão da eutanásia, como se fosse a única alternativa?
Aplausos do CDS-PP.
Protestos do PS.
O Sr. Presidente: — Para formular a pergunta, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, num curioso lapso, no princípio desde debate, falou dele como se fosse um programa de televisão. Por isso, não me surpreendeu que, num momento caloroso e a propósito das inaugurações, já tivéssemos chegado ao ponto em que o PSD se vira para si e diz: «Isto já parece a Madeira!«»
Protestos do PS e do Deputado do PSD Hugo Velosa.
Por isso mesmo, Sr. Primeiro-Ministro, queria lembrar-lhe que, no Parlamento, responde perante o País e responde perante os Deputados.