41 | I Série - Número: 060 | 21 de Março de 2009
agora, por que razão é que os senhores não ouvem os trabalhadores da Camac (também uma fábrica de pneus), que, há muitos meses, pedem uma audição? Relativamente à Coindu, a maior fábrica têxtil do País, à Tyco e à Aerosoles, continuo à espera da resposta à pergunta que lhe fiz, Sr. Ministro.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Economia e da Inovação.
O Sr. Ministro da Economia e da Inovação: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Agostinho Lopes, relativamente aos painéis solares, vou dizer, talvez pela quinta ou sexta vez, que as PME têm uma discriminação positiva na medida em que, enquanto as grandes empresas são obrigadas a fornecer três soluções, as PME podem fornecer apenas uma solução. As grandes empresas têm de ter cobertura nacional e as PME podem ter apenas cobertura regional. E se isto não bastasse, para as PME fica reservado um montante de 50 000 m2 de painéis solares, o que corresponde a um aumento de 100% relativamente àqueles que instalaram no ano passado.
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — O que o senhor quer dizer é que reservou uma parte do mercado para a Martifer!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É o proteccionismo!
O Sr. Ministro da Economia e da Inovação: — Portanto, esclareci esta questão pela quinta ou sexta vez.
Evidentemente, posso fazê-lo uma sétima ou uma oitava vez, mas creio que o assunto está suficientemente claro.
Relativamente à Qimonda, um dos casos aqui invocados, nunca escondi que a situação é extremamente complexa. Estamos todos conscientes de que o Governo tem feito tudo o que é possível (e algumas coisas impossíveis) para manter a viabilidade da Qimonda, a nível europeu, mas também a nível nacional.
Quero aqui dizer uma coisa que me parece importante: não considero que seja uma prova de visão a Europa não apoiar a Qimonda, porque é uma empresa verdadeiramente essencial para que a Europa tenha uma palavra a dizer, no futuro, na indústria de semi-condutores. Não me parece que seja uma política de visão, não me parece que seja uma política compatível com a segurança neste aspecto tão importante, porque a Europa vai ficar totalmente dependente daquilo que se passar nos países asiáticos, numa indústria tão importante como a dos semi-condutores.
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Responda às questões! Não diga generalidades, Sr. Ministro!
O Sr. Ministro da Economia e da Inovação: — Nesse sentido, por razões de política industrial, por razões de sobrevivência da Qimonda em Portugal, e, sobretudo, por razões de defesa dos postos de trabalho, temos feito tudo para assegurar a viabilidade deste projecto.
Aplausos do PS.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E a Pirites?
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Agostinho Lopes.
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Economia, mais uma vez, pergunto-lhe: quando vão ser readmitidos os trabalhadores da Pirites? Da sua resposta sobre painéis solares o que concluo é que os senhores, de facto, mantêm uma reserva de mercado, o que ç proibido pela lei da concorrência, para duas ou três grandes empresas,»