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34 | I Série - Número: 065 | 4 de Abril de 2009

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Seguro Sanches.

O Sr. Jorge Seguro Sanches (PS): — Sr. Presidente, aguardo que algumas bancadas da oposição tenham alguma calma pois acho que é importante a questão que vou colocar ao Sr. Ministro.
Sr. Ministro, Sr. Secretário de Estado, a questão que coloco tem a ver com um ambiente amigo do desenvolvimento regional.
O plano de barragens que foi apresentado, foi discutido e está em curso neste momento tem a ver com áreas que reputamos essenciais para o nosso país — desenvolvimento regional, ambiente, economia, emprego.
Queria falar-vos de uma questão em concreto: a barragem do Alvito.
No que respeita à barragem do Alvito, no distrito de Castelo Branco, sobre a qual, neste momento, está a ser feito um estudo de impacte ambiental, depois de ter sido feito todo um conjunto de estudos que levaram a que aquela localização fosse escolhida pelos poderes públicos e que as empresas pudessem candidatar-se, estão previstos investimentos de 54 milhões de euros/ano e a criação de 1000 postos de trabalho directos, entre 2012 e 2016, momento da construção da barragem. Está prevista a produção de energia renovável correspondente a dois concelhos daquele distrito — Vila Velha de Ródão e Castelo Branco. Está prevista a redução de 220 000 t de CO2. Está previsto que a factura energética do nosso país possa ser reduzida, anualmente, em 40 milhões de m3 de gás natural. Isto é muito importante, é muito relevante e significa que, em Portugal, o ambiente serve para ajudar a economia e os portugueses. Neste momento, em que tanto se discute a questão do investimento, é um bom exemplo.
Gostava de colocar uma questão ao Sr. Ministro.
A barragem do Alvito é apenas uma das que estão previstas, mas queria saber quais são os indicadores que temos neste momento, e que também são muito positivos, para o resto do País, nomeadamente quanto a todas as outras barragens.
Sr. Ministro, gostava que me dissesse também como é que foi o processo de escolha, um processo transparente, absolutamente claro para todos os portugueses, e como é que era feito dantes, e não era desta maneira, como é que foram escolhidos os locais das outras barragens em Portugal.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Ministro do Ambiente.

O Sr. Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional: — Sr.
Presidente, Sr. Deputado Jorge Seguro Sanches, de facto, o que refere é uma realização de grande alcance, com impactos na economia do País, no sector energético, no emprego, nas alterações climáticas e na questão das emissões de CO2 que, seguramente, vão prolongar-se por duas ou mais décadas. É, portanto, uma iniciativa absolutamente estruturante. Refiro-me, naturalmente, ao Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico.
Mas, entre parêntesis, deixe-me dizer que só foi possível lançar uma iniciativa com essas características e dessa dimensão justamente porque, em Dezembro de 2005, esta Assembleia aprovou a Lei da Água proposta pelo Governo, e por larga maioria, mostrando que é um documento incontroverso, como, aliás, a realidade está a demonstrar.
Pois bem, a figura é a da concessão. A concessão significa, como já disse aqui, hoje, o reconhecimento da natureza pública das águas, mas é o investimento privado que é chamado a desempenhar a função do Estado, mediante o contrato de concessão que salvaguarda os direitos do Estado.
Como é que estes projectos foram definidos? É, talvez, uma aplicação exemplar — aliás, a própria Comissão Europeia está muito interessada em estudá-la e analisá-la como sendo um caso de estudo particularmente feliz — de avaliação ambiental estratégica ou avaliação de planos e programas.
Partiu-se de uma base de 25 localizações possíveis de um ponto de vista estritamente hidroeléctrico.
Mas qual é a grande diferença? É que enquanto, dantes, o que prevalecia era uma lógica estritamente sectorial hidroeléctrica — o que queríamos era produzir energia e tudo o resto sacrificava-se a esse desígnio