29 | I Série - Número: 066 | 9 de Abril de 2009
Vozes do PCP: — É um escândalo!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Ó Sr. Primeiro-Ministro, tudo isto está ao contrário! O Sr. PrimeiroMinistro não pode fazer aqui declarações de combate aos privilégios, às mordomias e, depois, no concreto, assistirmos a esta situação.
Qual é a justificação deste bónus, Sr. Primeiro-Ministro? É um prémio pela mudança? É assim que se defende o interesse público? Penso que deve responder, Sr. Primeiro-Ministro, porque estes privilégios e estas mordomias inaceitáveis não dignificam o Governo nem a política.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, gostaria que o Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social lhe respondesse relativamente ao lay-off, mas não quero deixar de lhe dar resposta à questão da Caixa Geral de Depósitos, para desmentir o que disse, Sr. Deputado: os administradores não receberam nenhuma indemnização!
Protestos do PCP.
Srs. Deputados, a vozearia não é argumento! Não houve nenhuma indemnização. Se houvesse alguma indemnização, eu próprio seria contra. Como é possível haver alguma indemnização naquele caso?! O que se passou, segundo estou informado, foi que esses administradores terminaram os seus mandatos e receberam apenas aquilo a que tinham direito.
Protestos do PCP.
Era o que faltava que, agora, o banco público os fosse indemnizar, no momento em que passam para um banco privado!
O Sr. Presidente: — Faça favor de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Isso não poderia existir!
Protestos do PCP.
Srs. Deputados, mais uma vez, a vozearia não é argumento! O facto de 10 Deputados do Partido Comunista bramarem furiosamente não é argumento! Ouçam as minhas palavras, Srs. Deputados! Não houve indemnização! Se tivesse havido indemnização, eu censuraria esse acto, porque não me passaria pela cabeça que um banco público, no momento em que os seus administradores passam para um banco privado, indemnizasse esses administradores. Isso não poderia suceder!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Foi um bónus!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, isso não aconteceu e, mais uma vez, reafirmo-o. Lamento muito dizer-lhe, Sr. Deputado, mas não está bem informado neste domínio.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Bónus, disse eu!