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19 | I Série - Número: 075 | 2 de Maio de 2009

O Sr. Adão Silva (PSD): — E, por outro lado, vemos o Governo «contentote» porque, afinal, arranja um subsídio social de desemprego a mais 15 000 pessoas» É importante, com certeza, mas o que são 15 000 pessoas? Nem 7% são das pessoas desempregadas que não têm qualquer protecção social. E isto é verdadeiramente dramático, sobretudo quando se percebe que a situação vai continuar a agravar-se.
O seu diagnóstico, Sr. Deputado, é correcto, é perfeito, o PSD subscreve inteiramente aquilo que disse mas, já agora, deixo-lhe um exercício: quais são as projecções que o CDS tem para esta questão, que cada dia se vê que se vai agravando? Queira explicar isto a esta Câmara e aos portugueses em geral.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Adão Silva, antes de mais, quero agradecer-lhe a pergunta que formulou.
O Sr. Deputado é esclarecido e informado nestas matérias, que segue atentamente, e sabe, como eu sei, que curiosamente — e digo-o sem espécie alguma de contentamento, porque são números negros, números que nos preocupam imenso —, se repararmos nestes dados do Eurostat, verificamos que, em Março do ano passado, a taxa de desemprego registada em Portugal era de 7,6% e, em Dezembro, no final do ano, chegou aos 8%. Portanto, a taxa de desemprego registada em Portugal tem vindo sistematicamente a subir, por isso mesmo, quando V. Ex.ª aponta — e bem! — o número que está hoje inscrito no Orçamento do Estado para este ano, 8,5% relativamente ao que deve ser o desemprego registado em Portugal, todos nós temos a noção de que esse número não é realista. Já hoje, em Março de 2009, 8,5% é o que o Eurostat estima que seja o desemprego registado em Portugal e, infelizmente, este número tem tendência para subir.
Por isso mesmo, aquela previsão do Partido Socialista de 8,5% é uma previsão que a todos os indicadores internacionais parece, infelizmente, vai pecar por defeito.
E todos nós nos lembramos de que, quando o Partido Socialista inscreveu esta opção no Orçamento do Estado, todos os indicadores internacionais estavam muito acima. Lembra-se, como eu me lembro, dos dados da Comissão Europeia que apontavam, para o ano 2010, uma taxa de desemprego em Portugal que poderia chegar aos 11%?! Aliás, é importante nós dizermos que já hoje, no último dia de Abril do mês de 2009, muito provavelmente se verificou um crescimento em linha com o que foi o crescimento do número de desempregados registados em Portugal. Já provámos ter cerca de meio milhão e quinhentos mil desempregados registados em Portugal e isso é algo que nos preocupa e preocupa-nos acima de tudo que o Partido Socialista nada esteja a fazer para dinamizar a economia, muito especialmente as micro, pequenas e médias empresas que são as maiores responsáveis pela criação do emprego em Portugal e, também, nos preocupa tremendamente que o Partido Socialista nada esteja a fazer do ponto de vista de uma resposta social.
V. Ex.ª dizia, com razão, que é preciso que o Governo e as oposições, nestas matérias, saibam pôr o interesse nacional à frente de tudo. É o que o CDS tem feito: por mais de 15 vezes trouxemos propostas sobre estas matérias ao Plenário da Assembleia da República, propostas que têm sido sistematicamente recusadas pelo Partido Socialista e pela maioria que o suporta. Isso, infelizmente, é um erro que tem consequências hoje na vida de quase meio milhão de portugueses.
Muito obrigado pela sua questão.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Aiveca.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Mota Soares, creio que trouxe aqui um dos temas que mais preocupa os portugueses e portuguesas: o desemprego.
Curiosamente, não obstante o Ministro Vieira da Silva dizer que está a tentar travar o desemprego, não obstante o Secretário de Estado do Emprego, ontem, nos ter dito que não precisamos de mais planos, nem de mais projectos, porque o Governo tem no terreno muitos projectos que resolverão o problema do desemprego, a verdade é que em cada dia que passa o desemprego aumenta e — como disse e muito bem o Sr. Deputado