29 | I Série - Número: 075 | 2 de Maio de 2009
com a necessidade do respeito pelo dinheiro dos contribuintes. Então, os senhores são capazes de me dizer quantos milhares de euros foram perdidos com a morte de trutas e ovos nos viveiros do Marão, pelo facto de terem retirado aqueles trabalhadores? Quanto está a custar — e continuo a fazer esta pergunta, à qual nem o Sr. Ministro da Agricultura nem o Sr. Secretário de Estado respondem — a ida, todos os dias, de dois trabalhadores administrativos, que não percebem nada daquilo, de Vila do Conde para o cimo do Marão? Isto faz algum sentido?! Isto daria vontade de rir se por detrás não estivessem centenas de trabalhadores a braços com o desespero, relativamente aos quais os senhores, há pouco, quando ouviam aquela lista de salários, antes e depois, esboçavam um sorriso.
Mas, Srs. Deputados, a questão não é para rir, é para chorar de desespero por uma situação criada pelo Governo, que não é capaz de olhar pelos seus próprios trabalhadores.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Duarte.
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O País tomou conhecimento esta semana de mais um caso paradigmático, que caracteriza exemplarmente a acção deste Partido Socialista que governa Portugal em maioria absoluta.
Segundo denúncias de pais dos alunos de uma escola em Castelo de Vide, o Ministério da Educação contactou a escola no sentido de serem recolhidas imagens de meninos do 1.º ciclo, na sua escola, a usar o Magalhães.
Contudo, inacreditavelmente, foi escondido em todo este processo o verdadeiro objectivo que se pretendia atingir com estas imagens, isto é, que as imagens se destinavam a propaganda eleitoral do Partido Socialista.
O PSD considera que este caso tem uma enorme gravidade. É um caso, de resto, revelador de duas características absolutamente distintivas, que definem este Governo: a propaganda e a prepotência.
Comecemos pela propaganda. Para este Governo, vale tudo para conquistar votos — até usar crianças, sem autorização, na sua campanha eleitoral.
Ao longo do mandato deste Governo — pensávamos nós, ingenuamente — já tínhamos visto de tudo.
Não tendo objectivamente tempo para uma abordagem mais abrangente, deixo apenas alguns exemplos da acção deste Governo, que se prendem, precisamente, com a utilização abusiva da escola e dos alunos para fins eleitoralistas deste PS.
Recordo, assim, que foi este Governo que contratou meninos num casting para fazerem de conta que estavam numa sala de aulas, a sorrir, numa sessão de propaganda com o Primeiro-Ministro José Sócrates.
Vozes do PSD: — Bem lembrado!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Recordo que foi este Governo que montou encenações nas escolas para membros do Governo distribuírem cheques — repito, cheques — aos alunos com notas mais altas.
Foi este Primeiro-Ministro, estes Ministros e estes Secretários de Estado que correram o País com a mala do carro cheia de computadores, para os distribuir aos alunos perante as câmaras de televisão.
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — E depois?! E depois?!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Curiosamente, como já aqui foi lembrado, retiraram-nos às crianças mal as câmaras se desligaram.
Aplausos do PSD.