53 | I Série - Número: 082 | 21 de Maio de 2009
O Sr. Ricardo Rodrigues (PS): — O Sr. Deputado tem de responder a esta questão.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António Montalvão Machado.
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados António Filipe e Ricardo Rodrigues, agradeço as questões colocadas, o que, aliás, só demonstra a actualidade e a oportunidade do debate aqui suscitado, e ainda bem.
Antes de mais, vamos «pôr os pontos nos is»: a razão por que o Sr. Dr. Lopes da Mota não vem ao Parlamento não é porque o nosso Regimento não o permite mas, sim, porque o PS o proibiu — ponto final!!
Aplausos do PSD.
Vozes do PCP e do CDS-PP: — Exactamente!
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — O Sr. Deputado Ricardo Rodrigues pode «dar as voltas» que entender, pode argumentar como quiser, mas o Sr. Deputado, antes sequer de ouvir um argumento que fosse do partido requerente ou de outros partidos (do PSD, do PCP ou do BE), anunciou logo que nem queria ver o requerimento porque «chumbava-o» — como «chumbou»!
Vozes do PSD: — Exactamente!
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — E isto ç que ç a «democracia interna« no Parlamento!» Isto é a prova clara da arrogância desmedida do Partido Socialista, que, aliás, está a acabar, e ainda bem.
O Sr. Procurador Lopes da Mota não vinha cá como procurador mas como representante do Estado português na Eurojust, o que é muito diferente!! E ainda bem que o Sr. Deputado António Filipe lembra que o Governo se escudou dizendo: «isso não é connosco, isso é com o Procurador-Geral da República». Mas isso já está resolvido, o Procurador-Geral já resolveu, afastando a questão e dizendo: não há mais Eurojust! Para o processo, não há, não existe! Depois, o Sr. Deputado Ricardo Rodrigues diz que entre Portugal e a Inglaterra é: «cá como lá; lá como cá». Muito bem, é uma relação directa: «lá como cá; cá como lá». Então, não é preciso a Eurojust! Por que é que não acabamos com a Eurojust?! Ou, então, retiramos o nosso representante, pois estamos lá a gastar dinheiro. Para si, estamos a gastar lá dinheiro. Então, tiramos o pessoal que lá está, que deve ser muito, deve dar despesa em assessores e adjuntos — faço lá ideia!... —, e acabamos com a Eurojust, que não é precisa para nada.
Agora, o importante era distinguir bem as coisas. Sr. Deputado, sei que a presunção de inocência é um valor absoluto numa democracia, sei disso,»
O Sr. Ricardo Rodrigues (PS): — Não parece!
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — » mas, como alguçm tambçm já escreveu, não é uma «vaca sagrada» que possa permitir tudo — e estamos a falar de política.
É preciso, como referi na tribuna, e repito, salvaguardar a dignidade e o prestígio das instituições. E o que está em causa é uma instituição internacional importantíssima.
O Sr. Ricardo Rodrigues (PS): — O senhor abdica dos princípios!
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — E não precisa de me dizer quais são as competências da Eurojust, porque eu sei muito bem. Saberá o Sr. Deputado?! Saberá o Sr. Deputado?»