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13 | I Série - Número: 089 | 5 de Junho de 2009

A situação é esta: até aqui, nas últimas eleições para o cargo de Provedor de Justiça, havia um «tratado de tordesilhas» entre PS e PSD. A saber: o PSD nomeava o Provedor e o PS apoiava; o PS nomeava o Presidente do Conselho Económico e Social e o PSD apoiava. Isso é que esteve e está mal! O que aconteceu durante estes oito meses foi que o Partido Socialista também quis nomear o Provedor de Justiça (ambos queriam nomear o Provedor de Justiça), mas o Provedor de Justiça não é nomeado nem pelo PS nem pelo PSD, é eleito pela Assembleia da República.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Esse é o erro de base de todo este processo em que os dois partidos que têm mais Deputados nesta Casa enredaram o Parlamento.
O Sr. Presidente alertou por diversas vezes, em quase todas as Conferências de Líderes, a partir de um certo momento, para esta situação, o PCP e outros partidos, que não o PS e o PSD, também chamaram a atenção para a situação que se estava a criar na Conferência de Líderes e o que tivemos depois, quando se romperam as negociações bilaterais entre o PS e o PSD, foi um processo de passa culpas, um processo de, publicamente, procurar responsabilizar o outro parceiro. Mas nós não quisemos nem queremos pactuar com isso! A diferença entre este processo e outros processos, Sr. Presidente, em que houve entendimento entre todos os partidos, é que neste processo o PS e o PSD nunca quiseram qualquer entendimento e por isso é que ele não chegou a bom termo.
Entre a primeira e segunda voltas não houve qualquer esforço do PS e do PSD, porque estavam à espera que o tempo passasse para culparem o outro da situação que estávamos a viver.
Este processo não se resolverá se alguém quiser levar a melhor sobre os restantes. Nós não queremos! Queremos contribuir para uma solução, estamos disponíveis para que ela aconteça em novas bases, partindo da estaca zero e não partindo do ponto onde acabou o último processo, repito, não partindo do ponto onde acabou o õltimo processo,»

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Claro!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — » porque isso significaria, mais uma vez, alguçm a querer impor a sua vontade à vontade dos outros.
Neste processo, ninguém pode querer ficar com a última palavra, como neste debate o Partido Socialista se esforçou por fazer.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Martins.

O Sr. Alberto Martins (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Uma palavra primeira ao Sr.
Provedor de Justiça, Dr. Nascimento Rodrigues, e a nossa compreensão quanto ao facto de, invocando uma situação de estado de necessidade, renunciar ao cargo. Naturalmente que, com a renúncia ao cargo de Provedor de Justiça, cria-se uma nova situação institucional: há, pela primeira vez na história da nossa República, uma vagatura do cargo de Provedor de Justiça.
Isto remete-nos para a assunção de responsabilidades, que ç deste Parlamento, ç de todos,»

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ah!

O Sr. Alberto Martins (PS): — » que começou com um processo constitucional que tem tradução numa exigência de dois terços para ser eleito o Provedor de Justiça, exigência e processo que nós cumprimos e que foi conducente a uma votação onde todos os Deputados desta Câmara votaram. Mas todos votámos assumindo as responsabilidades de designação de personalidades concretas ou, noutra opção, não querendo ajudar à solução da designação de personalidades concretas.