43 | I Série - Número: 092 | 18 de Junho de 2009
A Sr.ª Rosário Cardoso Águas (PSD): — E também gostava que o Sr. Primeiro-Ministro, se pudesse, nos explicasse qual ç a sua definição»
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, esta segunda parte já não é uma interpelação.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Mas a primeira parte é!
O Sr. Presidente: — Para interpelar a Mesa no mesmo sentido, tem a palavra o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Sr. Presidente, a interpelação à Mesa é no sentido de pedir ao Sr. Deputado Miguel Frasquilho a fineza de consultar o artigo que o Sr. Secretário de Estado do Orçamento, Emanuel Santos, publicou no Jornal de Negócios de anteontem e, respondendo à solicitação da Sr.ª Deputada Rosário Águas, remetê-la para os dados oficiais da Comissão Europeia, que são públicos.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Rosário Cardoso Águas (PSD): — Não existem!
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos passar ao período das intervenções.
Para usar da palavra, neste período de intervenções, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, V. Ex.ª tentou durante uns dias — provavelmente ainda prosseguirá hoje, na entrevista que vai dar à noite a um canal de televisão — uma ideia de que as consequências a tirar das eleições europeias eram consequências de forma, consequências de aparência, consequências de comunicação. E, num extremo de tolerância, chegou mesmo a admitir que tinha cometido «eventuais erros».
Protestos do Primeiro-Ministro.
Disse, disse, Sr. Primeiro-Ministro. Quer que eu o cite? Pronto» Já se lembrou disso.
Desde o início que lhe perguntámos aquilo que é inteiramente normal: «Sr. Primeiro-Ministro, que erros é que admite que cometeu?». Diga lá, porque isso faz parte da sua autenticidade e é importante para a meditação dos portugueses.
V. Ex.ª julga que a humildade é uma palavra. Não, é uma atitude! O reconhecimento do erro não é uma frase, é uma consequência. E, Sr. Primeiro-Ministro, permita-me que lhe diga que este debate provou que V.
Ex.ª não mudou em nada de atitude e nada aprendeu, absolutamente nada, com o que lhe aconteceu nas eleições! Nós exercemos o nosso dever: pedimos aos portugueses que confiaram em nós uma moção de censura e estamos aqui a apresentá-la.
V. Ex.ª é que não cumpriu o seu dever, porque V. Ex.ª não respondeu a nenhuma pergunta pertinente — porventura a uma e deu-nos uma má notícia, ou seja, não vai mudar as regras do subsídio de desemprego —, não respondeu a nenhuma pergunta que lhe é feita.
E eu, Sr. Primeiro-Ministro, gostaria de dizer-lhe o seguinte: se há um facto em que os portugueses vão reparando e do qual acho que estão cansados, do qual acho que estão mesmo fartos é o de que os Deputados da oposição façam perguntas ao Primeiro-Ministro de Portugal e o Primeiro-Ministro de Portugal nunca responda aos Deputados nem às perguntas que lhe fazem!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, rectifique! Isso não lhe fica bem!