54 | I Série - Número: 092 | 18 de Junho de 2009
Há que aumentar, assim, e ainda mais, a intensidade das despesas sociais em percentagem do PIB, manter a lógica de selectividade que privilegia os grupos mais necessitados e que discrimina pela positiva quem mais precisa, contra uma lógica rígida e redutora de universalidade segregadora.
Aplausos do PS.
Há que manter, ao mesmo tempo, o fortíssimo investimento na educação e na qualificação dos portugueses, pois é aqui que melhor se combatem as raízes da elevada desigualdade salarial.
E há que apostar, decididamente, numa fiscalidade mais progressiva e redistributiva, que promova a equidade fiscal e o alívio das classes médias.
Os portugueses sabem que o Partido Socialista colocará no centro da agenda política de governo, como sempre, o combate contra as desigualdades sociais e a luta pela efectiva igualdade de oportunidades.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Alberto Martins (PS): — Sr.as e Srs. Deputados: Já ouvimos aqui, hoje, de forma muito discursiva, a direita conservadora, neoliberal, sem rasgo, que não quer nenhuma alteração de fundo na sociedade portuguesa.
Podemos interrogar-nos, neste momento da Legislatura, sobre o pequeno exemplo do balanço que poderíamos ter se tivéssemos a direita no poder ou se, eventualmente, a pudéssemos vir a ter.
Olhemos para o passado próximo desta Assembleia da República: coisas, soluções, leis, instituições que nunca teríamos.
Nunca teríamos a lei que descriminaliza a interrupção voluntária da gravidez, pois, por vontade da direita, nunca teria havido referendo, nem voto favorável a estas soluções; nunca teríamos tido a Lei da Paridade;»
O Sr. José Junqueiro (PS): — Muito bem!
O Sr. Alberto Martins (PS): — » nunca teríamos tido a lei sobre a procriação medicamente assistida; nunca teríamos tido o maior aumento de salário mínimo de sempre; nunca teríamos tido uma reforma da segurança social, que recusa a ideia de entregar uma parte das reformas aos privados, como queria o PSD; nunca teríamos tido o alargamento do abono de família»
Protestos do PCP.
» em nõmero de prestações e no seu montante, de forma socialmente justa, dando mais a quem tem menos e, por isso, mais precisa; nunca teríamos tido o complemento solidário para idosos, que tira da pobreza já, objectivamente, cerca de 200 000 idosos pobres; nunca teríamos tido a Lei da Nacionalidade, que permitiu a legalização de milhares de cidadãos estrangeiros que trabalham em Portugal, pagam impostos em Portugal e descontam para a nossa segurança social;»
Aplausos do PS.
» nunca teríamos tido a nova lei do divórcio e o aprofundamento dos direitos das uniões de facto; nunca teríamos tido, pasme-se, a reforma do Parlamento, que permite estes malabarismos políticos inconsequentes desta moção de censura que estamos, hoje, a apreciar.
Aplausos do PS.
Protestos do PCP.
O Sr. Alberto Martins (PS): — Srs. Deputados, o Partido Socialista defenderá a liberdade igual e combaterá as desigualdades, sempre.