57 | I Série - Número: 092 | 18 de Junho de 2009
Mais caricato ainda, confesso, foi ouvir o principal partido da oposição abrir este debate com uma pergunta ao Primeiro-Ministro a pedir responsabilidades perante as responsabilidades que o PSD e o governo do PSD assumiram, há cinco anos, perante o Governo de Espanha e o País, a propósito do TGV.
Aplausos do PS.
É absolutamente ridículo abrir um debate de uma moção de censura, independentemente da forma como esta direcção do PSD vê o problema do TGV no contexto do investimento põblico em Portugal,»
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Uma malfeitoria muito grande!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — » com uma questão de enorme fragilidade política interna, dadas as circunstâncias que rodearam a aprovação desse projecto.
O Sr. José Pedro Aguiar Branco (PSD): — A questão incomodou!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Parece, aliás, que a única ideia programática do PSD, neste momento, é parar o TGV. O único programa do governo que o PSD nos apresenta é parar o TGV! Também percebemos a densa e complexa manobra que a paragem do TGV, para o PSD e para muitos dos seus seguidores, tem assumido no contexto da vida política nacional, sobretudo no período eleitoral.
Ora, o que aqui vimos não foi uma oposição capaz de se afirmar como alternativa mas uma oposição que afirmou, afinal, a sua própria fraqueza. E, nessa perspectiva, esta moção é um total flop! Para evidenciar, a três meses das eleições, que o Governo era censurado porque tinha más políticas, a oposição devia ter sido capaz de apresentar, neste Parlamento e perante o País, alternativas políticas e programáticas, mas não foi capaz de o fazer.
Aplausos do PS.
Em vez de termos aqui uma oposição tranquila, que uma recente e inesperada vitória eleitoral deveria justificar,»
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Inesperada? Mais do que esperada!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — » vemos, afinal, uma oposição convicta de que governar o País é difícil e com poucas propostas para vencer a crise, uma oposição sem uma ideia programática para o País — durante várias horas de debate, não foi capaz de a esboçar aqui.
Sobretudo, pela falta de sentido de Estado de algumas intervenções que ouvi da parte dos partidos do arco de governabilidade do País,»
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Que história ç essa»? Quem inventou essa?
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — » a oposição não foi capaz de garantir uma imagem, uma fórmula de estabilidade e de governabilidade que permita ao País encontrar uma saída para as graves dificuldades com que se confronta do ponto de vista da crise internacional que o afecta e, sobretudo, para fazer as profundas reformas estruturais de que o País necessita, que têm de ser continuadas pelo próximo governo,»
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ah! Pelo Bloco Central!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — » mas que, afinal, pelas muitas intervenções de lamúria e de oportunismo da oposição, deveriam ser, caso viessem a ganhar as eleições, completamente postas no caixote do lixo!