61 | I Série - Número: 092 | 18 de Junho de 2009
O Sr. Alberto Martins (PS): — Isso é falso!
O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Perceba a grande diferença, Sr. Primeiro-Ministro! Já agora, Sr. Ministro que quis fazer o encerramento deste debate nas «despesas da casa», não é normal que, tendo sido julgados pelos eleitores, continuem a querer julgar os adversários.
Aplausos do CDS-PP.
Percebam atç que esta censura não ç nossa, ç de um País que foi ás urnas;»
Vozes do PS: — Oh!»
O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — » de um País que pensa e que quando vê nas ruas, em diferentes cartazes, os mesmos candidatos a eleições europeias e autárquicas, que confessam que vão lá só assinar o nome porque gostam é de estar cá, sabe exactamente o que está em causa e assegura na contagem dos votos o único resultado que este PS pode merecer.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — É a censura daqueles que quando ouvem dizer que o dinheiro dos contribuintes é dinheiro do Governo, logo é dinheiro do PS, não aceitam, repudiam e reagem, como qualquer pessoa de bem.
É a censura daqueles portugueses que o Secretário-Geral do PS não viu em campanha porque evitou a rua e que por Espanha, onde quis buscar o apoio que cá já não tem, certamente não encontrou em maior número.
É a censura de um País cansado de assistir a todas as faltas para, no dia seguinte, continuar tudo na mesma, porque para quem governa, e ao que parece, é hoje normal que ninguém assuma responsabilidades por coisa nenhuma, seja onde seja, do Eurojust ao Banco de Portugal.
Aplausos do CDS-PP.
Sr. Primeiro-Ministro, é a censura dos que têm de suportar com os seus impostos a nacionalização de um banco, de uma única empresa, que, no Parlamento, o Governo disse que custaria 700 milhões de euros mas que já vai em 2500 milhões de euros dos contribuintes, muito mais do que todo o dinheiro investido pelo mesmo Governo em todos os planos de combate à crise a que podem aceder a totalidade, ou seja, todas as outras empresas.
É a censura dos que acreditaram em bancos e a eles confiaram as suas poupanças, que hoje não sabem onde param porque supostamente a supervisão do Banco de Portugal seria garantia da idoneidade desses bancos mas, ao longo de anos, teve todos os indícios de irregularidades e ilegalidades e não agiu, uma vez que, apesar da lei, entende que a supervisão só pode ser prudencial e o mais que nela se prevê é letra-morta.
O mesmo Banco de Portugal que, num único parágrafo, de sete linhas apenas, sem cálculos, sem estimativas, sem previsões, disse ao Governo que a única solução para o BPN seria a nacionalização e o Governo achou suficiente, achou normal.
É a censura dos empresários, daqueles que, à frente de mais de 300 000 micro e pequenas e médias empresas, em cima da crise, tiveram deste Governo mais crise sobre a crise, porque lhes aumentaram todos os impostos, porque se atrasam na devolução do IVA, porque lhes exigem garantias bancárias para essa devolução, que os bancos não prestam, porque contratam com um Estado que não lhes paga as suas dívidas a tempo e horas e quando paga tarde nega os juros que lhes exige.
É a censura dos empresários a quem dizem, no pico das dificuldades, quando se candidatam aos programas de investimento que o Governo propagandeia, que têm de ter tido lucros em dois dos últimos três anos e que não podem ter dívidas ao fisco e à segurança social, apesar de assim, incompreensivelmente, ficarem de fora precisamente as empresas que mais precisam.