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65 | I Série - Número: 099 | 3 de Julho de 2009

Mas, se a Comissão Europeia o tinha autorizado, se o CDS, humildemente, aqui lhe tinha pedido para aproveitar a oportunidade, porque é que o senhor, em vez de, há três meses, ter aceite negociar a baixa do IVA do turismo e da restauração, sector muito importante para a actividade económica — e, se o tivesse feito, iria dar um impulso à presente época turística e à economia no seu momento mais difícil —, por que é que o senhor, repito, há três meses, reagiu negativa e arrogantemente à sugestão do CDS e, agora, já admite mudar as coisas, a três meses das eleições?! Depois, o Sr. Primeiro-Ministro, recordar-se-á que, nesta sede, num debate como este, eu próprio sugerilhe que aumentasse o apoio, do ponto de vista do investimento público selectivo, às IPSS, face aos programas curtos que tinham sido feitos no Verão passado em matéria de lares, apoio domiciliário, centros de dia e cozinhas comunitárias.
Lembro-me, Sr. Primeiro-Ministro, da sua expressão, que, aliás, ficou conhecida, de zombaria e a troçar com o CDS por falarmos em cozinhas comunitárias.

Vozes do CDS-PP: — Exactamente!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Hoje, o que Sr. Primeiro-Ministro aqui veio anunciar é exactamente aquilo que lhe sugerimos há muito tempo, que era que apoiasse mais as IPSS em matéria de apoio aos idosos, apoio aos doentes, guarda de crianças, apoio aos que têm fome e não conseguem ter dinheiro para almoçar ou jantar. Foi isso que, hoje, a três meses das eleições, o Sr. Primeiro-Ministro veio aqui anunciar, mas foi a propósito disso que, há quase um ano, o Sr. Primeiro-Ministro me acusou de ser demagogo, quando eu lho propus. Bem-vindo mais uma vez, Sr. Primeiro-Ministro!

Aplausos do CDS-PP.

Mas, deixe-me dizer-lhe, os portugueses começam a achar que, na volta, o melhor era haver eleições todos os anos porque só quando se aproximam as eleições é que o senhor rectifica.
E os portugueses também sabem uma coisa: quando o CDS propõe, normalmente, o senhor despreza ou ofende; uns tempos mais tarde, pega nas ideias, quando já estamos perto das eleições, quer tomá-las, já não há tempo de as tornar efectivas, elas são uma mero anúncio e nem sequer reconhece que os direitos de autor eram do CDS. É por isso que tenho de lhe mandar a devida factura!

Aplausos do CDS-PP.

E sabe, Sr. Primeiro-Ministro: vale a pena dizer-lhe, hoje, que esta lista de rectificações do Governo por proposta, por posição, por iniciativa e por persistência do CDS, é muito longa.
Sr. Primeiro-Ministro, vou dar-lhe alguns exemplos.
Primeiro, fanatismo fiscal. O senhor subiu todos os impostos e até queria cobrar impostos, apesar da lei ou contra a lei. O CDS fez a denúncia, o Provedor fez a denúncia. O CDS tinha razão, Sr. Primeiro-Ministro!

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Segundo, dívidas do Estado e incumprimento sistemático da administração central, regional e local das empresas públicas ou das sociedades anónimas de capitais públicos. O CDS colocou o problema da equidade das dívidas do Estado às empresas face às dívidas dos contribuintes ao Estado, pressionou para que as coisas mudassem e os senhores acabaram por recuar.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Terceiro, a antecipação do reembolso do IRS. Quando o propusemos, éramos demagogos; quando os senhores o decidiram, já eram progressistas. O CDS tinha razão, Sr. PrimeiroMinistro!