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15 | I Série - Número: 017 | 22 de Outubro de 2010

Eis senão quando, ontem, a Sr.ª Ministra chega à Comissão de Educação e dá esta novidade ao País: «Afinal, lamentamos, mas já não vamos abrir concurso nenhum».
Aquilo em que Os Verdes pedem que se reflicta é no seguinte: alguém se sente bem nesta situação? Pergunto à Sr.ª Deputada Paula Barros, que representou aqui, através da sua intervenção, o Partido Socialista, o seguinte: isto deixa-a de consciência tranquila? Isto é que é a postura de seriedade de que a Sr.ª Deputada falava?! Sr.ª Deputada, já aqui foram utilizados diversos adjectivos para qualificar esta atitude por parte do Governo, mas isto demonstra claramente — e não é só este exemplo, são muitos, muitos, a que, infelizmente, temos assistido nos últimos tempos — que estamos, neste momento, perante um Governo sem palavra. No que o Governo diz hoje não dá para acreditar, porque, amanhã, pode ser exactamente o oposto.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Exactamente!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — E é um Governo que tem a suprema «lata» de conseguir, às vezes, fazer declarações públicas a dizer que não disse aquilo que disse, como se nós fôssemos todos uns tolos e não ouvíssemos bem, e não estivéssemos bem atentos àquilo que se vai dizendo e, mais, ao sentido absoluto do significado das palavras.
Uma postura de seriedade, Sr.ª Deputada, é aquilo que se exigia por parte do Governo. Estamos a falar de pessoas que são altamente desconsideradas pelo Governo — altamente desconsideradas! E o Governo arruma assim, num desrespeito total, um acordo que tinha feito. Não há nenhum motivo, neste momento, que se imponha, em Portugal, que sirva de pretexto para arredar este acordo que está feito — nenhum, nem a questão do défice! Portanto, encontrem outro motivo.
O apelo que Os Verdes fazem é este: assumam a vossa palavra!

Aplausos de Os Verdes e do PCP.

O Sr. Presidente (José Vera Jardim): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Drago.

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, Srs. Deputados: Não deixo de registar alguma incomodidade em algumas bancadas para se lançarem no debate sobre a situação actual da educação que se verificou no início deste debate.
Sr.ª Deputada Paula Barros, nem sempre o ataque é a melhor defesa. Por isso, sobre o Bloco de Esquerda, Sr. Deputada, como diria o Ministro das Finanças, tem o meu telemóvel, estou disponível 24 horas por dia para discutir consigo as perspectivas do Bloco de Esquerda.

Risos e aplausos do BE.

Mas hoje o que está em debate não é o Bloco de Esquerda.

A Sr.ª Paula Barros (PS): — É, é! Também é!

A Sr.ª Ana Drago (BE): — O que está em debate são as escolhas políticas do Partido Socialista, ao longo dos últimos seis anos, no sector da educação.

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Exactamente!

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr.ª Deputada, em 2006, havia 2700 professores contratados colocados com horário completo. Hoje, em 2010, há 14 000 professores contratados colocados com horário completo. Saíram 15 000 professores, que se aposentaram, e entraram 396. Ou seja, por cada 38 saídas entrou um único professor para os quadros.
A grande bandeira do Partido Socialista no 1.º ciclo, as actividades de enriquecimento curricular, é assegurada por jovens que saíram do sistema educativo, que acreditaram na ideia de qualificação que o País