21 | I Série - Número: 027 | 4 de Dezembro de 2010
dois lados, mas em que o árbitro puxa só para um lado» Parece que, mais uma vez, ç esse o caminho que o Governo quer seguir.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exactamente!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E escusa de vir com acusações para a bancada do PCP!» Olhe, a bancada do Partido Socialista aprovou — e bem!, e deve ser saudada por isso — »
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Bem lembrado!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — » uma resolução nesta Assembleia que confirmou o aumento de 500 euros para 2011 tal como está no acordo de concertação social, a tal concertação de que o Sr. Ministro tanto fala e diz que nós não queremos aceitar! E depois, o Sr. Ministro quis falar de economia» Nós passámos aqui várias semanas a falar de economia e de política económica para o próximo ano, mas com a política do Governo é que não vamos lá, porque é a política da recessão e do aumento do desemprego! Isso está absolutamente comprovado e ninguém venha dizer, nem Governo, nem PSD, nem CDS, que o aumento do salário mínimo põe em causa o emprego. Ó Sr.
Ministro se uma empresa com 10 trabalhadores tiver 5 trabalhadores a ganhar o salário mínimo, o aumento do salário mínimo que está acordado significa um acréscimo de 125 euros por mês.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Veja lá que fartura»!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Se uma empresa não pode pagar mais 125 euros por mês, então não ç por isso que vai á falência» Se uma empresa tiver 1000 trabalhadores e 500 desses trabalhadores ganharem o salário mínimo, e se a média salarial da empresa for de 600 euros, isso significa que ela paga por mês em salários cerca de 600 000 euros e o acréscimo que este aumento do salário mínimo para 500 euros vai significar é de mais 12 500 euros. Então uma empresa, uma grande empresa, que paga 600 000 euros de salários, não aguenta mais 12 500 euros para aumentar os míseros 25 euros aos trabalhadores que só ganham 475 euros?!» Sr. Ministro, o problema é que os senhores continuam a apoiar o patronato na política de reduzir os salários, através da desregulamentação dos horários de trabalhos, através da precarização do trabalho e através do subsídio de desemprego e agora querem fazê-lo, também, condicionando o aumento do salário mínimo. E por isso é que este debate tem actualidade: a actualidade de pretender obrigar o Governo a cumprir aquilo com que se comprometeu, aumentar o salário mínimo para 500 euros, em 2011.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Luís Fazenda): — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Strecht.
O Sr. Jorge Strecht (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, este debate tem actualidade,»
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Ah, agora já tem!» Há bocado não tinha!
O Sr. Jorge Strecht (PS): — » tem a actualidade necessária para demonstrar que tanto o PCP como ao Bloco de Esquerda instrumentalizam, ou pretendem instrumentalizar, ou condicionar os parceiros sociais, os sindicatos.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Isso é o Primeiro-Ministro!
O Sr. Jorge Strecht (PS): — Os senhores têm medo de quê? Têm medo de que os sindicatos, em sede de concertação, não concertem adequadamente tendo em vista a defesa dos interesses dos seus tutelados, ou seja, dos trabalhadores?