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30 | I Série - Número: 032 | 22 de Dezembro de 2010

O Sr. Honório Novo (PCP): — Percebe-se que a Sr.ª Deputada não goste de «chorar sobre o leite derramado», mas também é verdade que o PCP defendeu, desde logo, claramente, uma posição que, aliás, hoje, muitos, curiosamente, já defendem, que era: ou se nacionalizava o grupo todo, com os activos capazes de suportar o buraco previsível do BPN, ou não se devia nacionalizar só o BPN, deveria nacionalizar-se, no mínimo, toda a área financeira do BPN com os mesmos efeitos. Mas, a isto, o CDS e o PSD disseram «não«»

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!

O Sr. Honório Novo (PCP): — » e a verdade ç que, contra a nacionalização do BPN, nos termos em que foi feita, houve dois partidos a votarem contra o n.º 1 do artigo 2.º: o PCP e Os Verdes.
Por isso, a posição do PCP, hoje, é também clara e coerente em relação a esta matéria. Se o BPN já nos levou muito dinheiro, e importa esclarecer quanto e como é que o vamos pagar — não haja dúvida quanto a isto — , e se, na verdade, já está na esfera pública, o PCP defende que não deve sair da esfera pública. E de duas, uma: ou ele é integrado na Caixa Geral de Depósitos ou, então, deve ser mudada a sua marca e criado um banco autónomo, na esfera pública, um outro banco público. Estas são as observações que fazemos e as posições que defendemos hoje, em coerência com a posição que defendemos em Novembro de 2008, de oposição à nacionalização do BPN naqueles termos.
Sr.ª Deputada, estamos de acordo quanto á falta de esclarecimento do Governo sobre esta matçria»

O Sr. Presidente (José Vera Jardim): — Atenção ao tempo, Sr. Deputado.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, estamos de acordo quanto à falta de esclarecimento do Governo sobre esta matéria, estamos de acordo quanto à fuga clara à informação que o Governo e o Ministro de Estado e das Finanças têm usado perante esta Casa, que, no fundo, é uma informação que deve ao País. Mas a verdade é que, feito esse esclarecimento, resta uma pergunta, e era com esta pergunta que gostava, também, de a confrontar.
Sobre as saídas para o BPN, dei-lhe duas direcções, apresentei-lhe duas posições possíveis, as do PCP.
Coloco-a perante uma outra, que tem sido objecto de grande defesa, ultimamente, e que, aliás, foi ontem defendida num programa de televisão, a do encerramento, puro e simples, do BPN. Que pensa sobre esta solução, Sr.ª Deputada? Como é que uma solução deste tipo responde aos problemas de 1800 trabalhadores que ainda lá trabalham? Parece-lhe que uma solução deste tipo é defensável, sendo certo que estes 1800 trabalhadores vão engrossar o desemprego? Parece-lhe que isto é, de facto, uma verdadeira solução para o BPN?

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (José Vera Jardim): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Honório Novo, antes de mais, muito obrigada pelas suas palavras.
Bem compreendo a posição do PCP, porque aquilo de que o PCP gostaria era de nacionalizar toda a área financeira, e não só o BPN.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Honório Novo (PCP): — E muito bem!

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Portanto, bem compreendo que, na perspectiva do PCP, tudo pudesse ser nacionalizado. Não é essa a nossa perspectiva e também calculo que bem o compreenda.
O CDS está de consciência tranquila,»