32 | I Série - Número: 032 | 22 de Dezembro de 2010
Aplausos do PS.
Sr.ª Deputada, em 2008 — e é importante que reconheça isto — , este Governo tomou a decisão certa. É importante que o CDS comece todas as intervenções sobre o BPN referindo esse mesmo facto.
Depois, obviamente, há incertezas e há um problema-base numa decisão desta natureza: é muito difícil contabilizar o verdadeiro custo do BPN antes de se tomar uma decisão final quanto ao que fazer com o Banco, porque, como sabe, e a sua intervenção pressupõe isso mesmo, não há ainda hoje uma decisão sobre quanto alienar ou sobre liquidar o Banco. Portanto, é difícil, para não dizer impossível, fazer já hoje uma contabilização precisa sobre quanto é que isso vai custar aos contribuintes. Mas de uma coisa o CDS pode ter a certeza: isto custará, certamente, algo aos contribuintes, mas o CDS não o pode criticar, porque quem apoia uma decisão não pode, depois, apontar o dedo ao Governo no que diz respeito aos custos que essa decisão, inevitavelmente, trará ao País.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Apoiado! É verdade!
O Sr. João Galamba (PS): — Mas a questão não acaba aqui, Sr.ª Deputada. Se é verdade que o Governo tem de prestar esclarecimentos a esta Casa e aos portugueses quanto à situação do BPN, e embora reconhecendo que é difícil, hoje, prestar todos os esclarecimentos, porque ainda não foi tomada uma decisão definitiva sobre o Banco, também é verdade que o Governo precisa de vir aqui rapidamente esclarecer o CDS, porque o CDS mostra não perceber a diferença entre capital e liquidez. Percebo que algumas pessoas andem baralhadas em relação a algumas notícias que têm sido veiculadas nos jornais quanto aos 500 milhões, que, depois, são 700 e, depois, são 4000 milhões. É verdade! É preciso esclarecer isto e é preciso, de uma vez por todas, esclarecer o CDS, que, manifestamente, não percebe a diferença, fundamental num banco, entre capital e liquidez.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Vera Jardim): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Galamba, não creio que, na minha intervenção, tenha colocado a tónica na crítica da decisão tomada pelo Governo. Não o fiz! E não o fiz, naturalmente, porque o CDS votou no sentido de dar o benefício da dúvida à solução que era apontada pelo Governo. Creio que, porventura, o Sr. Deputado não terá tomado atenção a isso, mas passemos à frente.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Não estava cá!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Posso, no entanto, lembrar-lhe uma coisa que disse na minha intervenção: essa decisão de nacionalizar o Banco foi tomada com base num parecer emitido pelo Banco de Portugal, que, na altura, falava de um risco sistémico e criticando uma opção que tinha sido apresentada pela, então, administração do BPN, dizia que 400 milhões era muito para colocar no BPN e, portanto, não se justificava injectar esse dinheiro no BPN, o que se justificava, sim, era nacionalizar o BPN. Ora, hoje, tenho de lhe perguntar, a si, se considera que esses 400 milhões era muito e a análise feita pelo Banco de Portugal estava correcta.
O Sr. João Galamba (PS): — Não posso responder!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Aquilo que lhe digo, Sr. Deputado, é que não ponho em causa essa decisão, porque foi tomada com base em elementos que, na altura, foram trazidos pelo Banco de Portugal, mas talvez valha a pena pensar, hoje, se esses elementos eram verdadeiros ou, afinal, foram um erro em que o Banco de Portugal incorreu.