21 | I Série - Número: 036 | 8 de Janeiro de 2011
O Sr. Primeiro-Ministro: — Lamento que o CDS não sublinhe, como deveria sublinhar, o perigo para o sistema financeiro e para a economia portuguesa decorrente da anterior gestão do BPN.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Como?! Não sublinho?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Ó Sr. Deputado, vai ter de me ouvir como eu o oiço a si. Sei que isto não é agradável de ouvir, mas eu também oiço muitas coisas vinda da sua parte que não me agradam.
Protestos do Deputado do CDS-PP Paulo Portas.
E vou dizer-lhe pior, Sr. Deputado: a insistência que o CDS tem posto no ataque à supervisão é completamente deslocada,»
Vozes do CDS-PP: — Ahh!
O Sr. Primeiro-Ministro: — » porque quem deve ser atacado são aqueles que cometeram uma gestão criminosa e fraudulenta,»
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Consentida pelo Dr. Constâncio.
O Sr. Primeiro-Ministro: — » com condições muito negativas para o País.
Aplausos do PS.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Que vergonha!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vergonha é, num caso destes, não se atacar aqueles que fazem o crime para se atacar o polícia, que deve intervir no momento em que o crime está a ser cometido.
Protestos do CDS-PP.
Não se excitem! Oiçam-me com serenidade! Em segundo lugar: estratégia BPN. Nós temos uma orientação que é difícil de conseguir e que visa, em primeiro lugar, como fizemos, sanear o Banco, assegurar liquidez e fazer uma reestruturação que permita devolver o Banco ao mercado.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Dir-me-ão: isso não foi conseguido nas duas primeiras vezes. É verdade, mas olhamos para todos os países da União Europeia e verificamos que aqueles que fizeram intervenções semelhantes de compra de bancos também não conseguiram privatizá-los ainda.
A nossa orientação está clara: queremos reprivatizar o Banco. E quanto às empresas de que fala, essas empresas terão toda a supervisão e todo o controlo que a situação exigir.
Risos do CDS-PP.
Não percebo esse riso. Esse riso é um riso que não entendo. É que essas empresas, que não estão ainda definidas com suficiente detalhe, terão um objecto social e, portanto, dependerá do seu objecto social o tipo de supervisão que irão ter.
Mas o Sr. Deputado também deveria referir que foi justamente a criação dessas três empresas que permitiu ao Estado reduzir a sua exposição em 500 milhões de euros. Os senhores, que andam sempre tão informados