13 | I Série - Número: 048 | 5 de Fevereiro de 2011
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Luís Fazenda): — Ainda no tempo do PSD, e sequencialmente, tem a palavra a Sr.ª Deputada Clara Carneiro.
A Sr.ª Clara Carneiro (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Estamos neste debate de urgência porque estamos preocupados, muito preocupados, e queremos continuar a alertar e a ajudar o Governo, tendo em vista o País.
É que, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Portugal continua doente e a doença continua a chamar-se socialismo. E o principal responsável pela situação a que o País chegou não é outro senão este PrimeiroMinistro.
Aplausos do PSD.
Vozes do PSD: — Exactamente!
A Sr.ª Clara Carneiro (PSD): — Sr.as e Srs. Deputados, a situação a que Portugal chegou não resiste mais a que se anuncie e não se decida, a que se decida e não se execute, a que se execute e os resultados fiquem aquém.
Concretizo, Sr. Presidente: não se pode anunciar, por exemplo, que dois grandes hospitais de Lisboa com a Maternidade Alfredo da Costa darão origem a um grupo hospitalar e a decisão não exista; não se pode decidir em Conselho de Ministros que se vão criar três novos centros hospitalares e, depois, passados quase dois meses após o anúncio da decisão, como não há legislação, não os executar; não se pode executar e, por falta de cálculos correctos, ficar-se aquém dos fantásticos resultados que o Governo apregoa, como sucedeu com a Central de Compras ou com os custos de medicamentos; não se pode fazer de conta que se extinguem serviços e organismos já extintos e chegar-se ao cúmulo de nem sequer se formular essa extinção, como aconteceu com o velho hospital de Cascais, desactivado em Fevereiro do ano passado, devoluto em Abril e do qual, em Outubro, o Governo ainda anunciava a extinção.
Aplausos e risos do PSD.
Não se pode aprovar a redução do número dos conselhos de administração dos hospitais EPE e na própria lei permitir-se que essa redução só vá ocorrer quando terminarem os mandatos — é que a maioria deles termina em 2013! Portanto, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, com um Governo que não governa, ministros que não decidem, reformas que não se fazem, anúncios que não se concretizam e decisões que não se executam, Portugal é um país adiado e a governação faz-de-conta não encaixa na urgência que hoje vivemos.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Luís Fazenda): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Sr. Secretário de Estado, devo dizer que ouvi a sua intervenção e fiquei algo surpreendida. De facto, as suas palavras e a postura do Governo nesta matéria são um pouco peculiares.
É que, repare, no que toca, por exemplo, à redução da despesa pública em salários, ao corte dos salários, o discurso que sempre ouvimos do Governo é o de que «isto é uma emergência, o mundo mudou, as circunstâncias são completamente diferentes». Porém, já no que toca à reforma do Estado, ao emagrecimento do Estado, o Sr. Secretário de Estado diz-nos agora que o mundo, afinal, está exactamente na mesma, que o que era preciso ser feito já o foi em 2007, e que, agora, são só uns pequenos ajustes. Ora, confesso que acho isto um pouco incongruente. É que, repare, se o mundo muda para uns, também muda para outros.