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50 | I Série - Número: 062 | 11 de Março de 2011

A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — A cada novo empréstimo, o Governo emite uma factura e à margem profere um despacho: «remeta-se para futuro à ordem dos jovens portugueses».
Que espécie de alforria pode esta geração almejar se antes que chegue o seu tempo já lhe pedem que pague a factura de um tempo que não foi o seu?

Aplausos do PSD.

Há muito que os portugueses já perceberam que o Governo não tem uma estratégia de combate ao desemprego jovem. Tudo o que este Governo tem para oferecer aos jovens portugueses esgota-se em anúncios e em falsos recibos verdes.
Anuncia a criação de 150 000 empregos, mas pelo caminho ainda destrói uns milhares.
Anuncia a criação dos famigerados estágios na Administração Pública — uma, outra e mais outra vez — mas mais de metade fica por preencher.
Anuncia a implementação de medidas de apoio à contratação de jovens mas, até hoje, nenhuma inovação que não sejam estágios, estágios e mais estágios.
Aos universitários retira-lhes as bolsas, aos desempregados uma oportunidade de trabalho.
O certo é que, a cada novo anúncio — repito, a cada novo anúncio —, o Governo vende mais um sonho e lança mais uma vã esperança no espírito dos jovens portugueses.
Quando tem que escolher, quando teve que fazer uma escolha clara entre proporcionar a um jovem um contrato de trabalho ou deixá-lo perpetuar-se no submundo dos falsos recibos verdes, o Governo não hesitou: escolheu os recibos e enviou a caderneta.

Aplausos do PSD.

Porque quando, neste Parlamento, perante uma proposta do PSD que se propunha instituir medidas transitórias apoiadas em contratos — e, repito, contratos de trabalho a termo certo — dirigidas principalmente aos jovens desempregados, o Partido Socialista decidiu manter tudo como está, decidiu não alterar uma vírgula nesta política de desemprego que estimula e incentiva os falsos recibos verdes.
A opção foi clara: o Governo escolheu o recibo e, por isso, prescindiu do contrato. A factura — bem sabemos! — fica à ordem dos jovens portugueses.

Vozes do PSD: — Muito bem!

A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as. e Srs. Deputados: Os portugueses, particularmente os jovens, reconhecem as dificuldades do tempo que atravessamos e sabem como ninguém os sacrifícios que terão de suportar. Mas exigem que o Governo assuma, de uma vez por todas, uma política reformista. Uma política que aposte no crescimento económico, que fomente o empreendedorismo e que, sem medo nem tibiezas, promova a alteração do paradigma de um mercado de trabalho pensado num outro tempo e para um outro tempo.
Ao Governo pede-se que governe. E que governe fazendo parte da solução ao invés de constituir, ele próprio, uma boa parte do problema.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Drago.

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governos, Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Francisca Almeida, há uma estranheza para quem tem acompanhado o debate desta moção de censura ao longo da tarde. Parece que há um elefante dentro da Sala e as bancadas do PS e do PSD parecem ignorar olimpicamente essa presença e o seu discurso perpetua essa estranheza.
Hoje, é debatida uma moção de censura à política do Governo, que vai ser votada neste Parlamento. Cada um dos Srs. Deputados vai ser convocado a pronunciar-se sobre as razões de uma censura à política do