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47 | I Série - Número: 062 | 11 de Março de 2011

dificuldades com que estamos confrontados, e de uma esquerda que, desta forma poderá ter, se não a combatermos, uma única missão histórica: a de abrir o caminho ao regresso da direita ao poder, em Portugal.

Aplausos do PS.

Aliás, não é uma grande novidade histórica. Sabemos que o século XX ficou marcado pela discussão daquilo que, política e sociologicamente, se chamam «as várias esquerdas». Mas há uma coisa que é verdade: se há ilação que se pode tirar do século XX é a de que o Estado social avançou quando a esquerda moderada ganhou e a esquerda radical perdeu.

Aplausos do PS.

É que os direitos dos homens triunfaram sempre que a esquerda moderada ganhou e a esquerda radical perdeu, as sociedades tornaram-se, de facto, mais justas e mais decentes sempre que a esquerda moderada ganhou e a esquerda radical perdeu!

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Francisco de Assis (PS): — Essa é uma grande lição do século XX e é pena que, no início do século XXI, tenhamos que estar a lembrá-la aqui, nesta Câmara, aos partidos da esquerda mais radical.

Aplausos do PS.

Um outro elemento perigoso e que vem associado a este encaminhamento para esta opção populista, é a tentativa de manipular a rua contra as instituições da democracia representativa.

Vozes do PS: — Bem lembrado! Muito bem!

O Sr. Francisco de Assis (PS): — Porque uma coisa, Srs. Deputados, é respeitarmos o que dizem as pessoas, lá fora, é compreendermos as suas angústias, é compreendermos os seus sofrimentos, que são muitos e são maiores ainda em épocas de crise como aquela que estamos a viver, e outra coisa, totalmente inaceitável, é tentar manipular a rua para a pôr contra o Parlamento e contra as instituições da nossa democracia representativa.

Aplausos do PS.

Muitas vezes, foi assim que começaram alguns dos maiores pesadelos do século XX e também essa pequena e tão grande lição da História é, hoje, aqui, preciso lembrá-la.
Por isso, Sr.as e Srs. Deputados, a terminar a intervenção Grupo Parlamentar do PS nesta discussão da moção de censura, o que quero salientar, dirigindo-me, agora, ao Sr. Primeiro-Ministro, é o seguinte: este é claramente o caminho, cheio de dificuldades e de incertezas, envolvendo negociações constantes, apelando a um esforço acrescido em cada hora, mas se queremos, de facto, equilibrar as nossas contas públicas, se queremos promover o crescimento da nossa economia, assente na modernização dos nossos recursos humanos e materiais, se queremos avançar no sentido da consolidação do Estado social, se queremos mesmo estar à altura das nossas grandes responsabilidades históricas, como grande partido da esquerda democrática, liberal e moderada que temos sido em Portugal, é este o caminho que temos de seguir sem hesitações, ouvindo as pessoas, respeitando as opiniões, mas, no essencial, sem hesitações, porque o País precisa de um rumo e só com esse rumo teremos a esperança de um Portugal diferente,»

Vozes do PS: — Muito bem!