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17 DE MAIO DE 2012

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Sr. Deputado, tem toda a razão em associar esta consequência dramática destes níveis de desemprego a

este famigerado acordo da tróica, subscrito pelo PS, pelo PSD e pelo CDS-PP, que sabiam das

consequências que daqui resultariam. Quando o Sr. Primeiro-Ministro chega à Assembleia da República, ou

fora dela, e diz que fará tudo, tudo, o que for preciso para cumprir cegamente o acordo da tróica, o Sr.

Primeiro-Ministro sabia dos resultados que aí vinham.

Agora, o Sr. Primeiro-Ministro, na sua conversa, procura disfarçar a realidade, procura disfarçar a dimensão

do drama falando desta questão das oportunidades e do estigma, que eu penso que ofende sobremaneira

aquelas pessoas que se colocam involuntariamente numa situação de desemprego e que desejariam poder

estar a trabalhar para a sua realização pessoal e profissional, para ganharem o seu modo de subsistência.

O Sr. Primeiro-Ministro passa a vida a ofender as pessoas, ofensas que absolutamente inadmissíveis na

situação em que o País se encontra. Julgo que devemos dizer isto claramente e devemos pedir contas ao Sr.

Primeiro-Ministro, porque, às vezes, mais vale manter-se de boca calada.

No entanto, o que seria verdadeiramente importante era uma inversão de políticas que transformasse esta

realidade dramática e é para isso que continuaremos aqui a batalhar, na Assembleia da República.

Srs. Deputados Catarina Martins e António Leitão Amaro, sobre a barragem do Tua, gostaria de dizer o

seguinte: é evidente que isto é de uma insensatez absoluta, esta barragem foi construída para uma negociata

absurda com a EDP. Tem impactos ao nível económico, ao nível social, ao nível ambiental, ao nível energético

e ao nível patrimonial absolutamente terríveis, que nos vão fazer perder «pérolas» no País que poderíamos

potenciar para o desenvolvimento e que vamos, absolutamente, destruir para que a EDP se ponha a sorrir.

Não pode ser!

Quanto à recusa que a maioria fez relativamente à presença do Sr. Secretário de Estado, só espero que

não se repita na Comissão do Ambiente, quando Os Verdes solicitarem a presença da Sr.ª Ministra do

Ambiente para prestar esclarecimentos sobre a matéria — se faz favor, Sr. Deputado António Leitão Amaro!

Sr. Deputado, discutiremos esta matéria tantas vezes quantas forem necessárias, mas, Sr. Deputado, não

me lembro nada de o PSD ser contra o Programa Nacional de Barragens, na legislatura anterior.

Fez vários questionamentos…

O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Fez!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — … mas nunca se manifestou contra o Programa Nacional de

Barragens e tinha sido muito importante, na altura, deixar o PS isolado, mas o PSD não o fez e, portanto, fez

um favor ao PS e à EDP. Mais veemência tinha sido necessária nessa altura para que, de facto, estes

senhores tivessem ficado isolados na decisão que pretendiam tomar.

Sr. Deputado, dá-me ideia que os senhores do PS tomaram muitas decisões, por exemplo, sobre o TGV e

dá-me ideia que, quando houve vontade política deste Governo, os senhores acabaram com as decisões já

previamente tomadas e com indemnizações.

Sr. Deputado, de facto, tinha de haver indemnização, mas se os portugueses não vão pagar como

contribuintes pagarão como consumidores. Sabe quanto, nas próximas gerações? Os senhores estão a

«entalar» as próximas gerações em 16 000 milhões de euros, que é quanto os portugueses vão pagar

relativamente à construção destas barragens.

A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Deputada, queira terminar.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino já, Sr.ª Presidente.

Sr. Deputado, por último, gostava de dizer que o Alto Douro Vinhateiro não se encontra, com a proposta de

decisão da Unesco, na lista negra; acontece é que se essa proposta de decisão vier a ser aprovada — pode

acontecer, vai ser votada —, então, o Alto Douro Vinhateiro pode passar para a lista negra. É sobre esse

aspeto que estamos aqui a chamar atenção, porque a Unesco e o relatório do Ikonos são bem claros: os

impactos sobre o Alto Douro Vinhateiro da barragem e infraestruturas associadas são irreversíveis. Isto quer

dizer, alguma coisa, Sr. Deputado, e garanto-lhe que ainda estamos a tempo de voltar atrás com este crime.

A Sr.ª Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada Hortense Martins.

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