18 DE MAIO DE 2012
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Apesar de todas as dificuldades, e fruto das políticas erradas do passado, o PSD está empenhado e
determinado em fazer destas barreiras trampolins para encontrar as soluções possíveis de forma a fazer
renascer a economia do mar.
Sr.as
e Srs. Deputados, esta aposta no mar de Portugal é uma determinação clara do PSD e do Governo.
Com firmeza, de uma forma pragmática e articulada, estou convicto de que vamos conseguir alcançar também
esta meta.
Esta é a aposta certa e adaptada ao potencial e a um oceano de oportunidades do mar de Portugal, que
constitui um desígnio nacional seguro para um futuro que todos nós ambicionamos.
Vamos acreditar. Com os recursos que existem, estamos totalmente empenhados e com esperança,
porque temos gente, porque temos ambição, porque temos vontade, porque queremos fazer com que Portugal
consiga emergir!
Como disse Fernando Pessoa, «Deus quer, o homem sonha, a obra nasce/Deus quis que a terra fosse
toda uma/Que o mar unisse, já não separasse».
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Eduardo Teixeira, inscreveram-se, para pedirem esclarecimentos, os
Srs. Deputados João Ramos, do PCP, Ana Paula Vitorino, do PS, e Nuno Magalhães, do CDS-PP.
O Sr. Deputado pretende responder um a um ou a todos em conjunto?
O Sr. Eduardo Teixeira (PSD): — Sr.ª Presidente, respondo a todos em conjunto.
A Sr.ª Presidente: — Assim será, Sr. Deputado.
Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado João Ramos.
O Sr. João Ramos (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Eduardo Teixeira, traz-nos aqui, hoje, assuntos
relacionados com o mar, depois de na semana passada o PCP ter trazido a esta Assembleia assuntos
relativos às pescas. É também o reconhecimento de que, realmente, este problema deveria ser aqui tratado,
pelo que o PSD, na sequência disso, o trouxe aqui hoje.
Efetivamente, temos problemas complexos no nosso país, nomeadamente na área das pescas, que foi
uma das questões que o Sr. Deputado referiu.
Desde 1986 até hoje, perdemos metade da nossa frota pesqueira. Os inscritos marítimos são hoje menos
24 000, o que tem um contributo importante para o desemprego, que está na situação em que está. Além
disso, em 1986, as capturas nacionais correspondiam a 80% dos consumos e hoje não chegam a 30%. Estes
números são claros no que respeita ao estado das pescas. E estamos numa situação — todos os dias
ouvimos isso, quando contatamos com pescadores — em que os barcos não saem para o mar, porque o preço
dos combustíveis e o preço a que vendem o peixe não compensa que os barcos saiam.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. João Ramos (PCP): — Mas há ainda outra matéria importante, relativa à marinha mercante e à
marinha comercial, pois estão em crescendo as transações feitas através destes movimentos. Desde 2004, o
transporte de contentores aumentou 40%; hoje, a nível mundial, 95% das cargas comerciais são feitas através
do transporte marítimo.
Em Portugal, temos capacidade instalada na construção e na manutenção de navios, temos capacidade na
navegação. Temos marinheiros que trabalham, infelizmente, para outras companhias.
Mas a verdade é que em 1986, quando entrámos para a Comunidade Económica Europeia, tínhamos cerca
de 70 navios de carga e hoje temos 12.