I SÉRIE — NÚMERO 125
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Mais do que isso, este Governo considera ser um seu dever fundamental
proteger o povo português dessa alternativa, e este dever o Governo não deixará de cumprir. Essa é a nossa
promessa mais solene.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Resta, portanto, uma outra alternativa, a que assumimos desde o primeiro dia em que tomámos posse, a
alternativa que encarnámos quando fomos eleitos para governar em circunstâncias tão difíceis: a de atacar as
causas da crise, das dificuldades das empresas, do desemprego, da falta de competitividade, do fechamento
da economia e da sociedade portuguesa, da pobreza, da falta de mobilidade e da desigualdade.
Mas atacá-las com profundidade e com os olhos postos no futuro, para que as instituições e as estruturas
da nossa sociedade e da nossa economia estejam preparadas para se ajustarem às transformações que vão
ocorrendo,…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — É só conversa!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … para que sejam resistentes aos revezes económicos do exterior, que nós
não controlamos, e para que respondam às expetativas dos portugueses sem distinções sociais nem
discriminações de quaisquer espécie.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Belas palavras!…
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas para alcançar todos esses objetivos é preciso mudar e reformar e isso é o
contrário de uma satisfação complacente e incompreensível com o status quo.
Para este Governo, os portugueses merecem mais, muito mais do que aquilo que está como está!
Assim, foi preciso reformar o mercado laboral, para aumentar o emprego e dar mais oportunidades aos
jovens e aos desempregados, e foi o que fizemos!
Protestos do PCP.
Foi preciso reformar a concorrência, para termos uma economia mais dinâmica, mais inovadora e mais
aberta a todos, e foi o que fizemos!
Foi preciso atacar as rendas excessivas, e foi isso que fizemos na saúde e estamos a fazer nas PPP e no
mercado da energia.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Foi, foi!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Foi preciso reformar o processo de reestruturação das empresas e das
insolvências, e foi o que fizemos!
Foi preciso reformar os procedimentos para credibilizar e tornar transparentes os exercícios orçamentais do
Estado, e foi o que fizemos!
Foi preciso reformar a Administração Pública, modernizar a sua gestão e tornar equitativas e transparentes
as contratações e o desempenho de cargos dirigentes, e foi o que fizemos!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Só pode estar a gozar!…
O Sr. Primeiro-Ministro: — Foi preciso reformar a nossa diplomacia económica, para aumentar as nossas
exportações e atrair mais investimento estrangeiro, e foi o que fizemos!
Foi preciso executar rapidamente um Programa de Emergência Social, para atender aos efeitos mais
gravosos da crise junto dos grupos mais vulneráveis, e foi o que fizemos!
Foi preciso reprogramar rapidamente os fundos estruturais, para também financiar eficazmente a economia
produtiva, e foi o que fizemos!