O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 127

14

E os resultados estão a vista, só o Governo não os quer ver! Até as seguradoras já veem! Até as

seguradoras já veem…! O seu plano de saúde anticrise: «Proteja-se dos cortes na saúde»! «Proteja-se nos

cortes da saúde»!

O Sr. João Serpa Oliva (CDS-PP): — Outra vez, Sr. Deputado?!

O Sr. João Semedo (BE): — O Governo bem pode tentar iludir-se e iludir-nos, mas sejamos muito claros: o

mandato do Governo em matéria de política de saúde é muito claro, é reduzir a despesa com o SNS custe o

que custar.

Vozes do BE: — Exatamente!

O Sr. João Serpa Oliva (CDS-PP): — Não diga isso!

O Sr. João Semedo (BE): — Nos cuidados primários de saúde, o que se passa não é continuar a reforma;

é começar a contrarreforma.

As unidades de cuidados continuados estão e fechadas à espera de financiamento.

A reforma hospitalar é uma conversa entre muitos grupos de trabalho, entre muitos especialistas, ao

mesmo tempo que o Governo vai fechando o que quer fechar, como é o caso da MAC, dos hospitais da região

Oeste…

O Sr. João Serpa Oliva (CDS-PP): — Não é verdade, Sr. Deputado!

O Sr. João Semedo (BE): — … como são os casos de Coimbra, como é o caso do Médio Tejo.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — É verdade!

O Sr. João Semedo (BE): — Os senhores falam muito da política do medicamento, mas esquecem-se de

dizer que, à medida que os preços vão descendo em grande parte dos medicamentos e que a despesa pública

também vai descendo, o que desce mais rápida e mais significativamente são as comparticipações do Estado

no preço de venda ao público dos medicamentos.

O que são as taxas moderadoras, que não apenas a transformação das unidades do Serviço Nacional de

Saúde em verdadeiras caixas de caça euros?

Os senhores estão muito preocupados, fazem grandes declarações de preocupação com o estado de

saúde dos portugueses; no entanto, aprovaram uma lei de taxas moderadoras que está cheia de alçapões

para mais facilmente ir buscar o dinheiro aos utentes.

Já, no outro dia, na Comissão de Saúde dei o exemplo dos diabéticos. Bastaria uma ligeiríssima alteração

na lei para evitar o que hoje acontece, ou seja, que milhares de doentes que têm diabetes e que não pagavam

nenhuma taxa moderadora estejam, agora, a pagar altas taxas moderadoras pelos exames que fazem.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Exatamente!

O Sr. João Semedo (BE): — Bastaria que mantivessem a isenção para o doente diabético e não a

transformassem numa isenção na consulta de diabetes, que é uma coisa que existe em meia dúzia de

hospitais e noutra meia dúzia de centros de saúde.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Exatamente!

O Sr. João Semedo (BE): — Os senhores acham exemplar, em matéria de política de saúde, que se

anuncie a contratação de médicos em que o critério da escolha é o do mais baixo valor/hora? Os senhores

acham que isso é valorizar o trabalho dos profissionais? E os senhores acham, finalmente, como há muito

tempo o Bloco de Esquerda e outros têm chamado a atenção, que se há falta de médicos, então por que é que