I SÉRIE — NÚMERO 136
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Porquê? Porque, primeiro, exige condicionalidade, ou seja, exige austeridade; segundo, não compra dívida
direta aos estados; terceiro, não tem, como o Partido Socialista defendia, a mudança dos estatutos do BCE.
Vozes do CDS-PP: — Bem lembrado!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Portanto, é importante, é positivo, mas é muito diferente daquilo que o
Partido Socialista defendia.
Vozes do CDS-PP: — Bem lembrado!
O Sr. António Braga (PS): — Ainda vai chegar lá!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — É evidente que o momento exige um enorme esforço e uma enorme
preocupação social, e que cada partido fará, legitimamente, a sua leitura, num trabalho que está obviamente
em progresso, até à apresentação do Orçamento do Estado, e o CDS não deixará de fazer a sua leitura.
Mas o que, do nosso ponto de vista, não é normal nem habitual nesta circunstância é a radicalização a que
alguns têm procurado conduzir o País num momento de tamanha dificuldade.
O Sr. António Braga (PS): — Quem são os «alguns»?
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Ou seja, o que não é normal, Srs. Deputados, é que o Partido
Socialista, com as responsabilidades que tem, tendo governado 13 dos últimos 15 anos, tendo sido o partido
que conduziu a assinatura do Memorando, agora se ponha de fora e faça que nada tem a ver com o assunto.
Isso é que não nos parece normal!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Dizemo-lo sem nenhuma acrimónia, Srs. Deputados, pedindo cooperação. Não é normal essa
radicalização!
Diz o líder do Partido Socialista que de um lado está o Governo e a troica e que do outro lado está o
Partido Socialista. Os senhores acreditam que é possível governar, neste momento, sem a troica e sem os
credores?
O Sr. João Galamba (PS): — Podiam ter ideias diferentes!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — É que, das duas uma: ou são partido de Governo ou são partido de
protesto. E não é normal que o Partido Socialista, que é um grande partido, com uma enorme história na
democracia portuguesa, com uma enorme história europeia, se coloque do lado dos partidos de protesto e não
se coloque do lado daqueles que querem resolver o problema.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. José Junqueiro (PS): — Já conhecemos essa história!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Dizemos isto apelando à vossa cooperação. Não é normal que um
partido como o Partido Socialista comece por anunciar, ou ameaçar chumbar um Orçamento do Estado que
nem sequer conhece. Nunca vimos isso na democracia portuguesa!
O Sr. José Junqueiro (PS): — Primeiro entendam-se!