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13 DE SETEMBRO DE 2012

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O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Diz bem o líder parlamentar do PS que «não há memória»! Pois não,

mas se alguém aqui perdeu a memória está bem de ver quem foi; se alguém se esqueceu das suas

responsabilidades e do seu comportamento histórico enquanto partido de Governo parece ser o Partido

Socialista.

O Sr. António Braga (PS): — Olhe o programa do seu partido!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — O que deixamos, Sr. Deputado, não é acrimónia, é sim um apelo para

que daqui para a frente possamos dialogar, para que haja um esforço neste sentido. A situação é difícil, a

nossa responsabilidade é enorme, a necessidade de atender aos mais desfavorecidos é muito significativa.

Vamos fazer esse esforço!

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe que termine.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente, dizendo que esta é a nossa posição, ou

seja, fazemos um apelo à não radicalização, um apelo ao diálogo, um apelo ao esforço comum, com a certeza

de que nós, no CDS, não desistiremos do objetivo de recuperar a soberania que perdemos, de ganhar a

liberdade para os portugueses, de ter atenção aos que mais estão a sofrer e de não perder nunca o sentido

patriótico que o tempo e o momento nos exigem.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira, do PCP.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Quando, há menos de três meses,

apresentámos nesta Assembleia da República uma moção de censura ao Governo fizemo-lo conscientes do

que isso significava — e hoje confirma-se a justeza dessa proposta: libertar o País da política do pacto de

agressão da troica, que rouba quem trabalha, semeia o desespero e afunda o nosso futuro coletivo a cada dia

que passa.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Menos de três meses depois da discussão da moção de censura

apresentada pelo PCP, multiplicam-se os elementos que confirmam com clareza que o único e verdadeiro

objetivo do pacto de agressão é satisfazer os interesses do capital, agravando a exploração de quem trabalha

e empobrecendo de forma generalizada os portugueses.

O pacto e a política do Governo falham em toda a linha nos objetivos que apontam como prioritários e

menosprezam os problemas centrais do País.

A recessão económica aprofunda-se, atingindo uma amplitude cada vez mais preocupante.

A dependência externa do País não só não se reduziu como todos os dias se agrava, com a progressiva

destruição do aparelho produtivo nacional.

O desemprego atinge hoje mais de um 1,3 milhões de trabalhadores, muitos deles jovens mulheres e

homens mais preparados e qualificados, que, no entanto, olham para o futuro enfrentando a perspetiva de não

terem nem trabalho nem salário que assegure a subsistência a si e aos seus; são 1,3 milhões de

desempregados que engrossam as fileiras dos excluídos e se confrontam com o drama de o seu País não ter

futuro para lhes dar, a menos que aceitem o projeto alternativo que o Governo lhes vai preparando de uma

vida vivida pela metade, com metade das expetativas e metade do salário por mais horas de trabalho, sem

subsídios ou quaisquer outros direitos, porque para agravar a exploração de quem trabalha o Governo

encontrará sempre espaço.

Com o aumento exponencial da pobreza e da exclusão social aumentam as injustiças e as desigualdades

promovidas ativamente pelas políticas do Governo. O mesmo Governo que tanto discorre sobre a equidade

dos sacrifícios e que numa recente medida de amnistia fiscal e de promoção do branqueamento de capitais