I SÉRIE — NÚMERO 1
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Aquilo que gostaria de dizer ao Sr. Deputado é o seguinte: referiu-se a um problema de trânsito no
Marquês de Pombal. Muito bem, esse problema foi rapidamente resolvido e devo dizer que o único
engarrafamento que eu conheço no País, atualmente, é o da coligação.
Aplausos do PS.
Aliás, gostaria que, sobre essa matéria, o Sr. Deputado pudesse aqui ter vindo dizer alguma coisa; mas
não, o Sr. Deputado esqueceu o País, esqueceu o engarrafamento da coligação, esqueceu os problemas do
desemprego, do défice e do falhanço do Governo e concentrou-se na Rotunda do Marquês de Pombal.
Acho isso, da parte do CDS, elucidativo e também percebo agora os ciúmes que o CDS tem do Presidente
da Câmara de Lisboa e os ciúmes que o CDS tem dos outros partidos e do Partido Socialista, porque o CDS
não tem nenhuma representação autárquica. E não tem por causa deste tipo de políticas e deste tipo de
intervenção.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — O Sr. Deputado João Gonçalves Pereira informou a Mesa que responderá em
conjunto aos pedidos de esclarecimento.
Assim sendo, dou a palavra ao Sr. Deputado António Prôa.
O Sr. António Prôa (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Gonçalves Pereira, parece-me muito
oportuno o tema que nos trouxe, pelo exemplo e pela extrapolação que podemos tirar da atitude de
responsáveis socialistas quando têm responsabilidades governativas, no caso responsabilidades locais.
E este é, de facto, um exemplo muito oportuno do experimentalismo, da precipitação e da falta de solidez
das ações que são desenvolvidas pelos socialistas. Assim foi na Rotunda do Marquês de Pombal e assim tem
sido a atitude do Partido Socialista no plano nacional.
Em relação ao Marquês de Pombal, de facto, assistimos, ainda antes do início daquela experiência, ao
espetáculo caricato de um cidadão, em direto, nas televisões, corrigir aquilo que os responsáveis camarários
não foram capazes de ver. Logo no dia da inauguração daquela experiência, tivemos o espetáculo do
engarrafamento no Marquês de Pombal e tivemos o responsável socialista António Costa a ter que vir a correr,
à pressa, remediar, emendar, todos os erros que tinha verificado ter cometido. Veremos seguramente, com
uma alegada humildade já anunciada, o Sr. Presidente da Câmara voltar a corrigir os erros que então se
verifiquem!
Protestos do PS.
Ainda bem que corrige os erros, ainda bem para a cidade e para os lisboetas, mas ainda mal para o País e
para os lisboetas, que têm visto desperdiçados recursos financeiros por conta da precipitação da intervenção
socialista.
Diga-se, aliás, que o Dr. António Costa, em seis anos de responsabilidade governativa da Câmara, não foi
capaz de apresentar um exemplo de uma obra, de uma intervenção, na cidade. Veio agora, a correr, com esta
obra, querendo, parece, ficar conhecido, como, infelizmente, no passado, muitos autarcas ficaram, pelo
«Presidente das rotundas». Parece ter eleito a sua obra de regime!
Protestos do PS.
Não posso deixar de dizer aqui que, precisamente naquele local simbólico para o Governo de então, do
PSD — que, quando teve responsabilidades na cidade de Lisboa, resolveu um problema grave de trânsito
construindo o túnel do Marquês —, vem agora, quase que por obsessão, o Dr. António Costa, do Partido
Socialista, querer destruir aquilo que o PSD resolveu em tempo e nessa altura de forma planeada e
equilibrada.