4 DE OUTUBRO DE 2012
17
Os senhores ficam nervosos… Mas nós sabemos claramente o que queremos: serviço público de rádio e
televisão plural, com cobertura territorial, cultural, geográfica, que sirva toda a população.
Protestos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, há muito ruído na Sala.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Queremos pluralidade de comunicação social, democracia! O que os
senhores querem e que têm medo de dizer é que nunca ninguém saberá.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, o ruído é parlamentar, mas os oradores têm de se fazer ouvir. É o
limite.
Aplausos do BE.
Tem agora a palavra, também para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Raúl de Almeida.
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, queria tentar trazer
um pouco de calma e serenidade à Sala, porque o assunto é sério,…
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
Protestos do BE.
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — … porque a RTP a todos interessa, é do povo português, e a
serenidade é ajudante de boas decisões e de boas reflexões sobre a matéria.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Deputada, em primeiro lugar, quero dizer-lhe — e esta é só uma
pequena anotação política — que não posso deixar de estranhar a falta de fé da Sr.ª Deputada na própria
moção de censura que o Bloco de Esquerda vai apresentar amanhã, emitindo aqui hoje toda a urgência para a
resolução deste problema. Mas registamos e fazemos este apontamento lateral.
Sr.ª Deputada, toda a sua intervenção, todas as suas respostas, tudo aquilo que foi feito, foi feito com base
em especulação,…
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não é, não!
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — … com base em comentários laterais, com base em rigorosamente
nada de concreto.
A nós interessa-nos o que dizem o Sr. Primeiro-Ministro e o responsável do Governo por esta matéria.
Estão a ser estudados cenários para o futuro da RTP, que serão apresentados com toda a lealdade e com
toda a transparência aos portugueses e nada nos faz pensar que assim não seja.
Sr.ª Deputada, achamos chocante usar aqui, no Parlamento, que é a Casa da democracia, termos como
«governo fora da lei», «suspeitos do costume»! Sr.ª Deputada, fale pelo Bloco de Esquerda, não fale pelo
Governo nem pelos partidos que apoiam o Governo.
Muito francamente, registo, quase com algum orgulho, essa obsessão com o CDS, na linha daquilo que o
povo diz: que só se atiram pedras às árvores que dão frutos. Mas virem falar em instrumentalização!… Repito
pela enésima vez, neste Plenário: nós somos pelo serviço público de rádio e televisão em Portugal.