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4 DE OUTUBRO DE 2012

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Os senhores ficam nervosos… Mas nós sabemos claramente o que queremos: serviço público de rádio e

televisão plural, com cobertura territorial, cultural, geográfica, que sirva toda a população.

Protestos do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, há muito ruído na Sala.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Queremos pluralidade de comunicação social, democracia! O que os

senhores querem e que têm medo de dizer é que nunca ninguém saberá.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, o ruído é parlamentar, mas os oradores têm de se fazer ouvir. É o

limite.

Aplausos do BE.

Tem agora a palavra, também para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Raúl de Almeida.

O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, queria tentar trazer

um pouco de calma e serenidade à Sala, porque o assunto é sério,…

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

Protestos do BE.

O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — … porque a RTP a todos interessa, é do povo português, e a

serenidade é ajudante de boas decisões e de boas reflexões sobre a matéria.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Deputada, em primeiro lugar, quero dizer-lhe — e esta é só uma

pequena anotação política — que não posso deixar de estranhar a falta de fé da Sr.ª Deputada na própria

moção de censura que o Bloco de Esquerda vai apresentar amanhã, emitindo aqui hoje toda a urgência para a

resolução deste problema. Mas registamos e fazemos este apontamento lateral.

Sr.ª Deputada, toda a sua intervenção, todas as suas respostas, tudo aquilo que foi feito, foi feito com base

em especulação,…

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não é, não!

O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — … com base em comentários laterais, com base em rigorosamente

nada de concreto.

A nós interessa-nos o que dizem o Sr. Primeiro-Ministro e o responsável do Governo por esta matéria.

Estão a ser estudados cenários para o futuro da RTP, que serão apresentados com toda a lealdade e com

toda a transparência aos portugueses e nada nos faz pensar que assim não seja.

Sr.ª Deputada, achamos chocante usar aqui, no Parlamento, que é a Casa da democracia, termos como

«governo fora da lei», «suspeitos do costume»! Sr.ª Deputada, fale pelo Bloco de Esquerda, não fale pelo

Governo nem pelos partidos que apoiam o Governo.

Muito francamente, registo, quase com algum orgulho, essa obsessão com o CDS, na linha daquilo que o

povo diz: que só se atiram pedras às árvores que dão frutos. Mas virem falar em instrumentalização!… Repito

pela enésima vez, neste Plenário: nós somos pelo serviço público de rádio e televisão em Portugal.